quinta-feira, 31 de outubro de 2013

CHARQUEADAS

                      Surgimento e importância econômica



O gado foi a base da economia gaúcha durante um longo período da história do Rio Grande. Introduzido pelos jesuítas, atraiu os tropeiros que vinham de São Paulo e Minas para buscar gado e levá-lo para aquelas províncias. Serviu, também, de esteio para a fixação de habitantes, na medida em que permitiu uma atividade econômica para os estancieiros que aqui se fixaram.

Essa base seria ainda mais consolidada com o surgimento das charqueadas. Elas iriam produzir o charque, um produto que era a base da alimentação de escravos em todo o Brasil. E, com essa produção, trariam riqueza à região de Pelotas, que se tornou uma espécie de "capital cultural" do Estado.

As charqueadas começaram a surgir na região de Pelotas em torno de 1780. Anteriormente, o charque já era produzido no sul do continente, mas de maneira artesanal e em pequena escala. No entanto, uma série de secas sucessivas no Nordeste, onde estava concentrada a maior produção de charque do país, criou uma oportunidade para o produto gaúcho. E o charque começou a ser produzido em maior escala.
Opulência

A partir desse momento, a produção de charque se tornou o centro da vida econômica da região de Pelotas. As charqueadas estavam situadas ao longo de rios que facilitavam o transporte para o porto de Rio Grande - de onde o charque seguia para o Rio e outros portos brasileiros. Com o dinheiro gerado por elas, Pelotas se transformou. Essa renda permitiu que surgisse um grupo de famílias ricas e que cultivavam hábitos sofisticados.

 
Em 1835, Wolfhang Harnish descrevia a cidade de Pelotas como um local de opulência extrema: "... já funcionam 35 charqueadas nos arredores da cidade... A riqueza que trazem é fantástica... Esses milionários pelotenses bem que poderiam ter vivido no Rio ou em Nice ou ainda em Paris, poderiam ter concorrido com os fidalgos russos no luxo e na dissipação de Monte Carlo".


Miséria

A contraparte dessa opulência eram as próprias charqueadas, onde os enormes grupos de escravos eram submetidos a um trabalho exaustivo. E, como estavam reunidos em grupos muito grandes, os senhores adotavam a política de extrema intimidação para mantê-los obedientes. As charqueadas eram verdadeiros "estabelecimentos penitenciários", como bem as descreveu o francês Nicolau Dreyf, no livro "Notícia Descritiva da Provincia de São Pedro do Rio Grande do Sul".

Parte desse tratamento brutal dado aos escravos se devia ao interesse econômico: quanto mais produzissem, mais seus donos lucravam. Outra parte, entretanto, vinha do medo: com uma enorme população escrava, Pelotas era, potencialmente, um foco de rebeliões. Por isso, ao menor sinal de revolta eram tomadas providências drásticas. Para que se tenha uma idéia do tamanho da população escrava de Pelotas: existiam ali, em 1833, 5.169 escravos, 3.555 homens livres e 1.136 libertos.
Não obstante a violência e os métodos relativamente primitivos usados pelas charqueadas da região de Pelotas, elas foram capazes de sobreviver e gerar lucros consideráveis até o final do escravismo. A partir de então, enfrentaram dificuldades cada vez maiores e terminaram por se extinguir.

OA TROPEIROS

Como surgiram,quem eram e o papel dos tropeiros


O Rio Grande do Sul entrou na economia nacional pelas mãos dos tropeiros e patas das mulas. Pois foi o comércio de mulas que integrou a região à economia nacional, ainda no século XVII e início do XVIII, antes mesmo que o Rio Grande do Sul existisse formalmente.
A história do tropeirismo – um dos capítulos mais importantes da formação gaúcha e um dos menos lembrados – integrou diferentes regiões do Brasil, e traçou a rota da formação de muitas cidades da região Sul e Sudeste. Foi através dessa atividade que se consolidou o movimento comercial do país, que se definiram vocações econômicas regionais, e que as enormes extensões de pampas gaúchos encontraram seu destino, que marca a atividade econômica de algumas regiões do Estado até os dias atuais.
 
O gado:
Antes de se analisar a atividade dos tropeiros é preciso lembrar da origem da riqueza que exploravam: o gado disperso pelos campos gaúchos.
No início do século XVII chegaram jesuítas à região formada pelos atuais estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Esses padres estabeleceram as Missões Jesuíticas, onde reuniam, em torno de pequenos grupos de religiosos, um grande número de índios guaranis convertidos. Para sustentar essas populações, foi introduzida a atividade pecuária, com o gado solto nas pradarias.
Em 1628 já havia relatos sobre a presença de rebanhos nas reduções jesuíticas. Mas acredita-se que tenham levado os animais da margem direita para a esquerda do rio Uruguai em 1629, dando origem a um rebanho imenso que ficaria conhecido como Vacaria do Mar na área situada entre a Laguna dos Patos e os rios Jacuí e Negro. Essa Vacaria era regularmente predada por espanhóis e portugueses, e para garantir o gado os jesuítas criam a Vacaria dos Pinhais, na região de campos de cima da serra que ficou conhecia como Campos da Vacaria.
 
Predadores:
A formação das Vacarias permitiu que se realizasse, na área do atual Estado, a atividade de preia do gado selvagem. Caçava-se o gado e se retirava o couro, que era exportado para a Europa. A carne que não era consumida pelos preadores, era deixada no campo, apodrecendo. Todos preavam gado: portugueses, índios de aldeamentos, moradores das terras espanholas que tinham permissão de suas autoridades para vaquear, indivíduos que vaquejavam por conta própria.
Enquanto isso, Portugal e Espanha continuavam na sua dança para ver quem, afinal, seria o dono do Sul do Continente. Tratados não cumpridos por ambas as partes e a política de “é de quem conseguir manter” tornavam a região que é o atual Rio Grande do Sul uma terra de ninguém, onde as duas coroas disputavam a posse do território.
 
Mineração:

Era ainda esse o quadro do território riograndense quando, no final do século XVII, se descobriu ouro na região das Minas Gerais. A descoberta de ouro (e depois de diamantes) causou um grande afluxo populacional para a região. A população da área cresceu exponencialmente, causando a falta de alimentos e de produtos básicos. De 1700 a 1760, calcula-se que por volta de 700 mil pessoas imigraram para o Brasil com destino à Minas Gerais. A esses, se somaram um grande número de escravos africanos, bem como migrantes vindos de outras áreas do Brasil e escravos transferidos ilegalmente da região de produção de açúcar no Nordeste.
Não é de se admirar, portanto, que no início do século XVIII a falta de gêneros alimentícios tenha causado grandes crises, acompanhadas por expressiva mortalidade. As crises mais fortes foram as de 1697-1698, 1700-1701 e 1713.
A atividade mineradora, o crescimento das cidades e a formação de uma elite com recursos aumentaram a necessidade de animais para transporte de carga.
Onde encontrar esses animais? A resposta era fácil – no sul do continente, onde estavam as enormes Vacarias. A bem da verdade, a região não era propriamente portuguesa. No início do período de mineração a América ainda era dividida pelo Tratado de Tordesilhas, e teoricamente os rebanhos pertenciam à Espanha. Mas isso era um detalhe, resolvido pela política de ocupação efetiva do território. E foi assim, vindo de uma região de posse duvidosa, que o gado gaúcho entrou na história brasileira.
 
O primeiro tropeiro e os caminhos que criou:
Por que caminhos andavam esses primeiros tropeiros? Quem eram eles?
O primeiro grande tropeiro foi um fidalgo português, Cristóvão Pereira de Abreu, descendente do condestável Nuno Álvares Pereira. Cristóvão de Abreu nasceu em Ponte de Lima, em 1680, e veio para o Rio de Janeiro aos 24 anos. Aqui, casou com D. Clara de Amorim, com quem não teve filhos.
Em 1722, aos 42, fez um grande negócio. Arrematou o monopólio de couros do sul do Brasil, mediante o compromisso de pagar 70 mil cruzados para a Fazenda Real anualmente. Tratou de começar a explorar esse manancial de ganhos, chegando a exportar 500 mil peças de boi por ano, através da Colônia de Sacramento (então de posse dos Portugueses).
Cristóvão de Abreu também instalou sua própria estância, situada entre o Canal de Rio Grande e a planície de Quintão. Mas o seu grande feito seria estabelecer um caminho por terra entre os pampas e o mercado que clamava por gado.
Francisco de Souza Faria, morador de Laguna, havia levado dois anos abrindo uma estrada que ia de Morro dos Conventos, em Araranguá, na planície costeira da atual Santa Catarina, até os Campos de Curitiba, no planalto. A obra teve início em 1717, e por essa estrada Cristóvão Pereira subiu pela primeira vez levando 800 cavalos e mulas, possibilitando a ligação entre o Sul e a vila de Sorocaba em São Paulo, que se tornou o grande entreposto de venda de gado durante o período da mineração, no ano de 1831.
No ano seguinte, em uma segunda viagem – agora com 3 mil animais e 130 tropeiros – Cristóvão de Abreu alargou e melhorou o caminho, construindo vários pontilhões. Levou um ano e dois meses para atingir Sorocaba – e iniciou um novo ciclo da economia gaúcha.
Mais tarde, Cristóvão Pereira abriu um novo caminho, que ligava diretamente os campos de Viamão aos Campos de Lajes. Ao longo desse caminho foram surgindo povoados: Santo Antonio da Patrulha, São Francisco de Paula, Capela de Nossa Senhora da Oliveira da Vacaria.
As aventuras do primeiro tropeiro não pararam por ai. Mais tarde, em 1735, foi convocado pelo governo português para defender as fronteiras portuguesas por terra, enquanto o Brigadeiro José da Silva Paes prestava apoio marítimo. O governo português tinha conhecimento de que os espanhóis pretendiam ocupar toda a área que ia até a ilha de santa Catarina, e era preciso garantir a presença portuguesa.
Cristóvão aceitou o desafio e com 160 homens partiu para o Sul, sustentando a entrada do canal de Rio Grande por cinco meses, até que o Brigadeiro Silva Pais chegou com suas tropas por mar. No ponto onde Cristóvão de Abreu havia se instalado com seus homens, e onde o brigadeiro desembarcou, foi fundado o quartel e vila de Rio Grande. E seria ali que, em 1755, morreria Cristóvão Pereira de Abreu, o homem que colocou o Rio Grande do Sul no mapa econômico do Brasil.
As duas rotas originais estabelecidas por Cristóvão de Abreu perderam importância quando se passa a explorar diretamente a região das Missões, e se passa a utilizar um caminho que leva diretamente à essa área, partindo de Vacaria e indo direto a Cruz Alta, então na fronteira entre Portugal e Espanha.
 
Os números:
Uma vez estabelecidas as rotas de transporte, as tropas se multiplicaram e o comércio de gado deslanchou. A preferência era pelos muares, já que mulas e burros eram mais adequados para o transporte em uma região montanhosa como Minas Gerais. Mas também se exportava gado vacum e cavalos.
Estabelecer um número exato de animais exportados é quase impossível. Há relatos falando em mais de 50 mil animais, com grande predominância de muares, na metade do século XVIII.
As tropas saiam do Rio Grande do Sul em setembro ou outubro, época em que, graças às chuvas, encontrariam melhores pastos pelo caminho. Prosseguiam até Curitiba, onde ficavam por algum tempo, engordando o gado. De lá, partiam para Sorocaba, o grande centro de comércio de gado, a tempo de participar das grandes feiras que se realizavam entre abril e maio.
 
O dia-a-dia:
O tropeiro era um homem acostumado às intempéries. É difícil definir sua origem. Havia paulistas, reinóis, nascidos no próprio Rio Grande que se dedicaram ao tropeirismo nessa primeira fase. Alguns deles enriqueceram, e se tornaram verdadeiros “empresários do transporte”.
Ao partir de Viamão, Cruz Alta ou dos demais centros de envio de tropas, sabia que teria dias duros pela frente. Ao final de cada dia de trabalho, cobria a carga dos animais com couro, e deitava-se no chão, sobre um pedaço de couro, ao ar livre, no chamado encosto, o pouso em pasto aberto. Em alguns pontos, encontrava abrigos construídos – os ranchos. Neles, o rancheiro oferecia alojamento para os homens, cobrando apenas o milho e o pasto consumidos pela tropa.
Enquanto o gado comia, o tropeiro preparava sua alimentação.
Sua alimentação se baseava no toucinho, feijão preto, farinha, pimenta do reino, café e fubá. O feijão tropeiro misturava feijão quase sem molho com pedaços de carne seca e toucinho, e era servido com farofa e, quando havia, couve.
Entre os animais, destacava-se a “madrinha”, com a crina toda enfeitada com fitas. Era o cavalo, égua ou mula mais calma, bastante conhecida pelos demais animais, que era a cabeça da tropa.
Dessa maneira seguiam em uma viagem que levava meses, quase sempre acompanhando o roteiro dos rios e atravessando os campos abertos, desafiando o perigoso Rio Pelotas na divisa entre Rio Grande e Santa Catarina, pousando por algum tempo nos Campos de Curitiba até chegarem à feira de Sorocaba.
 
O fim de um ciclo:
A atividade de tropeiragem teve seu auge ente 1725 e o final do século, quando a atividade mineradora começou a declinar. Nessa época, entretanto, um novo produto permitiu que o Rio Grande do Sul continuasse a desempenhar o seu papel de fornecedor de outros centros produtores brasileiros. Era o charque, que começou a ser produzido na região de Pelotas por volta de 1780. Com ele, os rebanhos gaúchos encontrariam uma nova destinação.
Entretanto, os tropeiros continuaram a percorrer os caminhos do Sul, ainda que em menor escala. A tropeiragem sofreu um grande baque com a instalação das ferrovias, no final do século XIX. Manteve-se, contudo, em menor escala, até o a década de 50 do século XX.
 
Homenagem:

Uma merecida homenagem a esses homens foi prestada entre março e maio de 2006, quando uma equipe de 18 profissionais saiu com 26 animais da cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, rumo a Sorocaba. Promovida pelo programa de televisão Globo Rural, a Tropeada percorreu o 1.270 quilômetros em 66 dias, repetindo a rota dos tropeiros pelo Caminho Novo de Vacaria. A tropa saiu de Cruz Alta e passou por Carazinho, Passo Fundo, Lagoa Vermelha, Vacaria e Bom Jesus no Rio Grande do Sul. Em Santa Catarina, passou por Lages, Marombas e Mafra. Seguiu pela Lapa, Rio Negro, Palmeira, Castro e Piraí no Paraná. Cortou terras de Itararé, Itapeva, Buri, Alambari, Itapetininga, Araçoiaba da Serra e chegou a Sorocaba, em São Paulo.
No caminho, fazendas antigas, museus, belíssimas paisagens marcaram o percurso daquele que foi, um dia, o caminho pelo qual o Rio Grande foi se tornando brasileiro – o Caminho dos Tropeiros.

HISTÓRIA

                                            As Invasões Castelhanas


A história do Rio Grande do Sul, em vários momentos, foi definida por acontecimentos que ocorriam muito longe daqui. É esse o caso das invasões castelhanas: elas ocorreram em função de problemas de relacionamentos entre as cortes européias, mas quem “pagou o pato” foram os habitantes do território gaúcho.

 Em 1761 os governos da Espanha, Nápoles (então um reino independente) e França fizeram um pacto para combater o poder crescente da Inglaterra, que dominava progressivamente os mares e se consolidava cada vez mais como um império colonial. Esses países eram todos governados por reis da família Bourbon, descendentes de Luís XIV. Por isso, o pacto ficou conhecido como “Pacto de Família”.

 Portugal não aderiu ao pacto, pois já era aliada dos ingleses. A aliança vinha do tempo de D. João I, que era casado com a princesa inglesa Felipa de Lancaster. E havia também um motivo econômico: Portugal dependia dos navios ingleses para o comércio em suas colônias. No entanto, os três poderosos reinos não aceitaram a atitude portuguesa. Um grande exército, formado por espanhóis e franceses, invadiu Portugal.

 As hostilidades não se limitaram ao solo europeu, e se estenderam às colônias. Prevendo isso, o comandante da região do Rio da Prata, Gomes Freire de Andrade, ordenou que o governador do Rio Grande, Elói Madureira, tomasse medidas para impedir a invasão do território brasileiro pelas forças castelhanas. As medidas adotadas não foram, porém, capazes de evitar a invasão. O governador de Buenos Aires. D. Pedro Ceballos, cercou a Colônia de Sacramento, então sob o domínio português, No dia 29 de outubro de 1762, as tropas portuguesas que estavam na colônia se renderam – afinal, eram 900 homens contra os 4 mil espanhóis.

 O passo seguinte da marcha espanhola sobre o Brasil foi a tomada do forte Santa Teresa (atualmente em território uruguaio), que havia sido constituído pelo comandante de Rio Pardo, Tomás Luís Osório, como forma de resistir ao avanço espanhol. O forte foi construído em janeiro de 1763 e tomado em abril do mesmo ano. A seguir (quatro dias depois) caiu o forte de São Miguel, próximo de Chuí. E no dia seguinte, 24 de abril de 1763, a vila de Rio Grande foi ocupada pelos espanhóis. Com a ocupação, o então governador Elói Madureira recuou para Viamão, onde instalou a sede do governo.

 Mais uma vez, acontecimentos da Europa vieram interferir diretamente com o que acontecia aqui. Os países da Europa firmaram um tratado de paz. Isso interrompeu a marcha espanhola sobre o território brasileiro - mas não fez com que fossem devolvidos os territórios ocupados. A vila de Rio Grande só seria retomada em 1776, após uma série de episódios de emboscadas e batalhas entre os dois lados.

MARAGATOS E PICA PAUS

             Quem foram os maragatos e pica-paus


 
 
Os termos "maragato" e "pica-pau", usados para se referir às duas grandes correntes políticas gaúchas, e identificados, respectivamente, com o uso do lenço vermelho e do lenço branco, surgiu no Rio Grande do Sul em 1893, durante a Revolução Federalista.

 Os maragatos foram os que iniciaram a revolução, que tinha como justificativa a resistência ao excessivo controle exercido pelo governo central sobre os estados. O objetivo da revolução seria, portanto, garantir um sistema federativo, em que os estados tivessem maior autonomia.

 O termo "maragato", aplicado aos federalistas, tem uma explicação complexa. No Uruguai eram chamados de maragatos os descendentes de imigrantes espanhóis oriundos da área situada na província de León, na Espanha, conhecida como Maragateria. Os maragatos espanhóis eram eminentemente nômades, e adotavam profissões que lhes permitissem estar em constante deslocamento.

 Os defensores do governo central passaram a chamar os revolucionários de "maragatos" com o intuito de insinuar que, na verdade, as tropas dos rebeldes eram constituídas por mercenários uruguaios. A realidade oferecia alguma base para essa assertiva — Gumercindo Saraiva, um dos líderes da revolução, havia entrado no Rio Grande do Sul vindo do Uruguai pela fronteira de Aceguá, no Departamento de Cerro Largo, e liderava uma tropa de 400 homens entre os quais estavam uruguaios.

 No entanto, dar esse apelido aos revolucionários foi um tiro que saiu pela culatra. Os próprios rebeldes passaram a se denominar "maragatos", e chegaram a criar um jornal que levava esse nome, em 1896.

 Já o termo pica-pau, aplicado aos republicanos que apoiavam o governo central, teria surgido em função das listras brancas do topete do pássaro, pois os governistas usavam chapéus com divisas brancas, que lembravam o topete do pica-pau, enquanto que as dos maragatos eram vermelhas.

 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

MARTIN FIERRO O GAÚCHO



                                                      El Gaucho Martín Fierro




"Aquí me pongo a cantaral compás de la vigüela,
que el hombre que lo desvelauna pena estraordinaria,
como la ave solitariacon e cantar se consuela."
 
 
 

Com o primeiro, e acredito, mais conhecido verso de José Hernández, abrimos a porteira para falar sobre El Gaucho Martín Fierro.

Em uma conversa com um patrício outro dia desses, falávamos sobre nossa arte crioula e curiosamente, o mesmo, que por sinal és uma referência de gauchismo, apesar de conhecer, não havia lido ainda uma das maiores obras latino-americanas, que é o gaúcho Martín Fierro. Foi então que me dei por conta que se ele ainda não teria lido muitos outros deveriam não conhecer tal obra.

Pois bueno, quantas vezes escutamos falar em Martín Fierro em nossas poesias e músicas crioulas? Um exemplo é a música "A moda Martín Fierro" do grande payador Jayme Caetano Braun . Também temos na fronteira do estado Um canto para Martín Fierro , festival de música nativista em Santana do Livramento.


Mas e quem será esse tal Martín Fierro?


El gaúcho Martín Fierro, ou simplesmente Martín Fierro é personagem do Argentino José Hernández e tornou-se símbolo do homem da pampa no Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai e hoje é referência de gauchismo e idolatrado por gaúchos e gauchos das três pátrias. Martín Fierro, é um espelho do homem da pampa gaúcha, que no desenrolar de sua história, mostra o cotidiano de um homem do campo que é recrutado para defender sua pátria e sentindo-se lesado deserta da tropa tornando-se um salteador que passa por façanhas e dificuldades na luta pela sobrevivência mas sempre mostrando a hombridade do gaúcho.







A obra foi escrita nos três países, Brasil, Argentina e Uruguai, mas teve seus primeiros versos nascidos no Rio Grande do Sul, pra ser mais preciso em 1872, numa pequena pensão em Santana do Livramento, na atual esquina da rua Rivadávia Côrrea com a rua Uruguai, enquanto seu autor José Hernández encontrava-se exilado (1870/1872).



O livro, escrito todo em versos e com uma linguagem campeira já foi traduzido para mais de 30 idiomas, inclusive em português pelo poeta gaúcho Nogueira Leiria. Apesar da grande tradução do poeta, aconselho a leitura do original em espanhol.

Bueno, sem dúvida alguma, todo gaúcho que se preze deve ler essa obra.
 
 
 
 



 
 
 
 
 
 
 



 
 
 
 
 

PIZZA A MATAMBRE


                       Matambrito a la pizza


Essa é uma receita fantástica de churrasco que tive o prazer de ser convidado a degustar no sitio do TIO PETE. É bem simples, todos sabem como é uma pizza, então basta trocar a massa por uma peça inteira de matambre e lá está nosso delicioso matambrito.
O matambre é aquela manta que cobre a costela do gado, muitas vezes é uma carne dura, portanto indicamos cozinhá-la antes na panela de pressão, e depois colocar os ingredientes de sua preferência para ir a grelha.
O resultado é surpreendente.




 
                         Com uma faca bem afiada, sirva como um filé xadrez
 

RECEITA DE DOURADO NA BRASA

                              Dourados recheados na brasa

   
Esse foi um assado realizado na casa do Chico Pinheiro,grande amigo e assador . Ele também é convidado para assar essa iguaria no Festival da Barranca em São Borja. São Dourados em média de 11 a 15 kg, assados na brasa com diversos recheios: Califórnia, Camarão, Molho branco com alcaparras, Champignons, etc. 
È de lamber o bigode
 

 
 
 
 
 
 
 
 

COISAS DA CAMPANHA

                              NUM BOLICHO DE CAMPANHA em LIVRAMENTO 

                                           O gauchão entra no boteco e vê os preços num cartaz:
 
                                                    Canha_________________________R$1,00
                                                    Cerveja________________________R$ 2,50
                                                    Pastel_________________________R$ 2,00
                                                    Sanduíche de Mortadela___________ _R$ 3,00
                                         Massagem no órgão sexual __________ R$15,00

Checando na carteira para não passar vergonha, ele  vai até o balcão e chama uma das três guria que ali estão servindo:
 
— Ô guria, com licença...
 
— Sim? - responde ela com um sorriso lindo - O que posso servir?
 
— É tu que massageia os órgão sexual dos freguês?
 
— Sou eu mesma... — responde ela, com voz caliente e um olhar bem sensual.
 
— Então, tu lava bem as mão, e me serve um pastel!!!
 
Nós Gaúcho semo meio grosso mas temo higiene!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CINCERROS ,SINOS ou CAMPANAS


Cincerro
                    
Chocalho ou sineta, colocado no pescoço do animal através de uma coleira, geralmente bovino ou equino, para guiar o resto da tropa.
Estou ouvindo o cincerro, a comitiva se aproxima.
Sino utilizado pindurado em animais soltos; serve para facilitar a localização de animais soltos em campos grandes, emite constante barulho pendurado no pescoço de bois e cavalos,para facilitar a localização.
Alguns modelos.
 
                                                            









 

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

TA SOBRANDO FERRADURA



                        Tá sobrando ferradura por aí?
                               Olha que ideia legal. 
Foto: Tá sobrando ferradura por aí? Olha que ideia legal.
#DecoraçãoEquestre
Fonte: http://www.ggvanner.com/
 
Produto bem Gaúcho.

CREDENCIADORAS FREIO DE OURO 2014

        CREDENCIADORA  LAGES oito animais são habilitados ao Freio de Ouro.
 
 
Domingo, 20 de Outubro de 2013 -  
O Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos Adolfo Luiz Nunes Martins encerrou na tarde de hoje (20/10) sua Credenciadora ao Freio de Ouro 2014. A disputa contou com a participação de 23 animais (12 fêmeas e 11) machos, julgados pelos criadores Fábio Camargo, Luciano Guisleri e Márcia Linhares, a qual também foi responsável por avaliar a Exposição Morfológica da cidade. A prova aconteceu dentro da programação da Expolages.
O recorde de nota ficou entre as fêmeas. Montada por Valdomiro Rocha, a égua Pastora da Rio Bonito encerrou sua participação com uma média final de 19,002, mais de um ponto à frente da segunda colocada. Entre os machos, quem pucha a fila de habilitados é um finalista do Freio de Ouro 2013. Sob comando de Éverton de Deus Valim, Ulisses 350 Maufer volta às pistas para mais um ciclo funcional e pronto para superar as expectativas de seus proprietários. 
A supervisão técnica de todas disputas do cavalo Crioulo na feira foram realizadas pelo inspetor credenciado à Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Adolfo Martins Neto.
 A programação também contou com etapas de Crioulaço, Freio Jovem, Freio do Proprietário e Campereada.

Veja os resultados (ainda não homologados pela ABCCC):

                                                             Fêmeas
1º lugar
Pastora da Rio Bonito, filha de Butiá Orelhano e Rumbera da Rio Bonito; criador e expositor Empreendimentos Agropecuários Rio Bonito Ltda., Fazenda Santa Cruz, Ponta Grossa/PR
Ginete: Valdomiro da Rocha. Nota final: 19,002

2º lugar
Aymara Pregonera, filha de San Remigio Jugueton e Aymara Pataguilla; criador Oscar Bustamante Navarro e expositor Valdecir de Souza Lima, Cabanha Sessenta e Seis, Caxias do Sul/RS
Ginete: Yuri Barbosa. Nota final: 17,864

3º lugar
Rica Flor de São Pedro, filha de Nacarito de São Pedro e Missanga de São Pedro; criador Eduardo Macedo Linhares e expositor Sérgio Pedro Nesello, Cabanha La Conquista, Caxias do Sul/RS
Ginete: Roberto Castilhos. Nota final: 16,209

4º lugar
Grande História da Serra Alta, filha de Nacional do Itapororó e Sobradinho Ibiza; criador e expositor Sérgio Ferreira Lima, Cabanha Serra Alta, Canoinhas/SC
Ginete: Sérgio K. Lima. Nota final: 15,495

                                                            Machos
1º lugar
Ulisses 350 Maufer, filho de Santa Elba Comediante e Imperatriz 06 do Maufer; criador Maurício e Fernando Lampert Weiand e expositor Ailton Batista dos Santos, Cabanha Todos os Santos, Capão da Canoa/RS
Ginete: Everton de Deus Valim. Nota final: 17,344

2º lugar
Delantero de Los Campos, filho de Impulso de Pai Passo e BT Lenda; criador Aldo Vendramin e expositor Silvio Maximiliano Gamborgi Valim e Ernani José de Castro Gamborgi.
Ginete: Júlio Cézar Gamborgi. Nota final: 16,405

3º lugar
Imperador do Tamboré, filho de Luganno das Três Estâncias e JA Sinhá Moça; criador Diego de Lucena Zanandréa e expositor Gilmar de Pieri da Silva Junior, Cabanha de Pieri, Treze de Maio/SC
Ginete: Marcelo Renato de Souza. Nota final: 16,329

4º lugar
Haragano do Phoenix, filho de Huicaco da Tala e Princesa do Phoenix; criador e expositor José Francisco Seabra Mendes, Cabanha Phoenix, Taquara/RS
Ginete: Luis Augusto Matte. Nota final: 15,675

COM PESAR





                                                 Morre Nipas do Infinito

È com grande pesar que nós criolista precisamos dar esta noticia,um dos precursores da rédea da raça Crioula morreu,mas deixou um rastro de vitórias e orgulho a raça pela seu desempenho em 10 anos de vida.
 
 
 
Terça-feira, 22 de Outubro de 2013 -

Um dos precursores das rédeas na raça, o cavalo Nipas do Infinito morreu na última semana. Ao lado de SJ Rodopio, ele foi o primeiro Crioulo da história a ser convocado para compor a seleção brasileira de rédeas no mundial, ocorrido em 2010. Na oportunidade, no entanto, uma rachadura no casco acabou o afastando da disputa.

Em conjunto com o ginete Jango Salgado, Nipas do Infinito venceu a Copa Querência no ano de 2009, quando foi instituído o ranking de rédeas da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), um marco no estreitamento com a modalidade que até então possuía amplo domínio da raça Quarto de Milha. 
Filho do multicampeão Farrapo do Infinito, o animal possuía dez anos de idade e no ano passado havia estreado no Freio de Ouro. Venceu a credenciadora de inéditos de Guaíba e participou do Bocal de Ouro com o ginete Zeca Macedo.
 
      

 



 
  
 
 
 
      

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

NOVIDADE EM ASSADO

 

Para os adoradores do churrasco,recebi o convite de amigos para participar de um almoço e conhecer esta nova forma de assar, fiquei surpreso  para mim churrasqueiro. O tradicional churrasco de fogo de chão feito com frangos sobre uma base de lenha que usam o pingo da sua gordura para assar dentro de uma lata de óleo em 40 minutos tudo pronto é só servir e aprovar a receita.
Confesso que adorei a invenção e com certeza faremos na primeira oportunidade,mais um motivo para reunir amigos e confraternizar com esta experiência nova em assado.


                                                          As imagens falam por si só:

O fogo é colocado ao redor da lata

O fogo é colocado ao redor da lata
Depois de bem assada e o fogo já apagado
Depois de bem assada e o fogo já apagado
Preparem-se para a grande surpresa
Preparem-se para a grande surpresa
Um delicioso assado de frango no fogo de chão
Um delicioso assado de frango no fogo de chão

A idéia é absolutamente fantástica, e com a mesma técnica podem ser assados diversas peças entre peixes e outras aves.


Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

Dica de churrasco - frango fogo de chão

PARRILLA


                                 Assado na parrilla

   
Mai uma novidade em churrasqueira ideal para aqueles que são apaixonados por uma parrilla uruguaia e argentina. A Parrilla ( Churrasqueira ) pode ser colocado em qualquer lugar que seja aberto na casa e para os que não tem churrasqueira em casa é perfeita.
Além disso ela é dobrável e de fácil transporte, ou seja, você poderá fazer sua parrilla onde quiser!







BOLSA E CHURRASCO



                                             Novidades para o Churrasco   

Voce deve estar se perguntando.
 O que tem haver uma bolsa com churrasco?
Pois é,  nada mais prático do que uma churrasqueira bolsa.
Praticidade e disign são os pontos fortes desta churrasqueira.
Com somente 24 x 1,5 cm com ela fechada e 32,5 x 24,9 cm com ela aberta, agora voce  poderá assar um churrasco aonde quiser!!!