sábado, 29 de junho de 2013

AÇÕES DA BOLSA


Lendo algumas matérias do Rio Grande do Sul da década de 50 /60 me deparei com esta jóia de reportagem  sobre a cotação de produtos da época.Tinha que ser do Sul. rsrsrsrs 

  AÇÕES DA BOLSA GAUDÉRIA.

 
Arroz 7 belo ( 4,1%)

Banana Caturra (2,1%)

Massey Ferguison ( 1,7%)

Goibada Cascão ( 5,5%)

Mariola Joaquim (3.6%)

Doce de Mocotó (8,7%)

Minacora (4,5%)

KY - Gel de Fresco (- 45%)

Grapete ( 1,6%)

Bala Soft (3,5%)

Crush de Laranja (-1,2%)

Kichute (-4%)

Bicileta Monareta (2,6%)

Calça de Brin Curinga (-3%)

Cerveja Polar (7,8%)
 
Cibalena  ( 3,5% ) 
 
Trim  ( 2,98%)
 
Gumex ( 3,45%)

Ki Suco ( 2,78%)

Guides ( 3,9%)
 
 
 

 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

SERRA



                            MAPA ROTA ROMÂNTICA

 

Localizada entre a planície do Vale do Sinos até o Planalto da Serra Gaúcha, a 40 Km de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Rota Romântica é um roteiro irresistível, onde a cultura alemã e o clima europeu são destaques.
São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Morro Reuter, Santa Maria do Herval, Presidente Lucena, Linha Nova, Picada Café, Nova Petrópolis, Gramado, Canela e São Francisco de Paula são as cidades que compõe a Rota Romântica.
Um caminho emocionante, com fortes valores culturais e diversos atrativos a oferecer. Identificada ao longo do roteiro, a preservação da cultura germânica herdada dos imigrantes é percebida nas festas típicas, jardins esplendorosos, feiras coloniais, bandinhas típicas, grupos folclóricos... Além da viagem cultural, a região propicia o contato com a natureza exuberante. As atividades são variadas, como ecoturismo, prática de esportes radicais e trilhas. Oferecendo igualmente para os visitantes mais urbanos, excelentes atrativos citadinos e badaladas noites, além de feiras comerciais e oportunidade de turismo de negócios. A Rota Romântica, através da diversidade ofertada pelos 14 municípios integrantes, oferece estrutura para receber visitantes exigentes, que procuram desde a culinária mais refinada a hotéis requintados, mas também agrada aqueles que buscam hospedarias familiares e a saborosa comida colonial. Dispõe de aproximadamente 17 mil leitos e cerca de 600 restaurantes a disposição o ano inteiro. As opções são tantas que, com certeza, seu passeio será inesquecível.
A cada curva uma nova emoção!

 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

CULINÁRIA NO RS

A História da Culinária no Rio Grande do Sul
 
 
A natureza do Brasil ofereceu, tanto a seus habitantes primitivos como aos colonizadores grande variedade de alimentos. Outros foram introduzidos pelos, ao fazerem roças, hortas e fomentar criações domesticas (galinhas, porcos, ovelhas, cabras, gado). Especiarias, sal, açúcar foram valiosas contribuições trazidas pelo português. Segundo Câmara Cascudo (História da Alimentação no Brasil) “todos os pratos nacionais são resultantes de experiências construídas lentamente, fundamentadas na observação e no paladar. Maneiras de preparar a comida, receitas, utensílios empregados, tudo mesclou-se e adaptou-se às possibilidades do meio. Heranças ameríndias, bem como africanas, transformaram-se, ajustaram-se ao tempero e ao sabor portugueses, às exigências dos utensílios da cozinha européia, ao fogão, ao forno. Inúmeros pratos conservam, ainda, nome indígena ou africano; mas quase nada existe de autêntico na substância real. Quanto a outras influências, observa o autor citado: “...houve um processo da aculturação continuo na cozinha brasileira que ainda não terminou, pois está sendo enriquecido por inúmeros grupos migratórios”.
Na alimentação do sul-rio-grandense, além das contribuições dos colonos de várias etnias, verifica-se a introdução de pratos internacionais, especialmente em área urbana, em restaurantes diferenciados. Para o estudo da cozinha gaúcha, devem-se considerar as particularidades regionais:a Praiana (à base de produtos do mar); a cozinha da Campanha e Missões (predominando as carnes de gado e ovina); a da região dos Campos de Cima da Serra (onde o pinhão tem presença e o café com graspa sobrepõem-se ao chimarrão). O churrasco, assimilado por diversos grupos, é largamente apreciado reunindo pessoas em dias festivos. O arroz “carreteiro” aparece em quase todo o Estado.
É herança indígena na cozinha gaúcha: utilização da mandioca e de seus produtos (farinha, tapioca, beju, pirão, mingau); uso do milho assado, cozido e seus derivados (canjica, pamonha, pipoca, farinha). Aproveitamento, de plantas nativas (abóbora, amendoin, cara, batata-doce, banana, ananaz). Cozimento dos alimentos na tucuruva (trempe de pedras), no moquém (grelha de varas) para assar carne ou peixe. Preparo do peixe assado envolvido em folhas; moqueca e também paçoca de peixe ou de carne (feita no pilão). Uso de bebidas estimulantes: mate e guaraná.
A mulher portuguesa valoriza os produtos do solo americano; aproveitou as especiarias da Índia (cravo, canela, noz-moscada). Criou novos pratos, adaptou outros e conservou algumas receitas tradicionais (bacalhoada, caldo verde, acorda, pasteis, empadas, feijoada, cozido, fatias douradas, coscorões, pão-de-ló, papo-de-anjo, sonhos, pães, compotas, marmeladas, frutas cristalizadas, licores. A culinária luso-brasileira pode ser assim distribuída pelas regiões gaúchas:
 
Litoral (com influência açoriana) – peixe assado, grelhados, fervido, desfiado, moqueca de peixe, siri na casca, marisco ensopado, arroz com camarão, camarão com pirão. Pirão de água fria, pirão cozido, farofa, cucus torrado, beju, angu de milho, mingau de milho verde, paçoca de carne desfiada, lingüiça frita, feijão mexido, fervido de legumes, açorda, canja, galinhada, fervido de suquete (osso buco), mocotó, bolo de aipim, pães caseiros, “massas doces” (pão doce sovado) “farte” (pão com recheio de melado), melado com farinha de mandioca, roscas de polvilho, roscas de trigo (fritas), rosquetes, “negro deitado” (bolo de panela), bolo frito, sonhos, omelete de bananas, banana frita, pão-de-ló, sequilhos, rapaduras (com diferentes misturas), pé-de-moleque, “puxa-puxa”, balas diversas, pasteis doces e salgados, doce de panela (de frutas), doce de leite, amobrosia, fatias douradas, bolos, pudins, empadas. Bebidas – Concertada (vinho com água e açúcar), Queimadinha (queimar cachaça com açúcar), Licores diversos (de vinho, de ovos, de butiá, de abacaxi etc), Café, mate-doce.
 
Depressão Central (influência açoriana e outras) – Canja de galinha, sopas diversas, feijoada, feijão branco, fervido (com legumes e carne), feijão mexido, quibebe, paçoca de favas, arroz de forno, carne de panela, carne assada no forno, bife enrolado, bife à milanesa, guizado de carne, bolo de arroz, pão recheado, empadas, pasteis, “rosinhas” de massa, ovos mexidos, ovos escaldados, “roupa velha” (sobras), peixe recheado, peixe escabeche, peixe frito, bacalhoada, bolinho de bacalhau. Conservas de pepino e cebola. Galinha assada, galinha recheada, arroz com galinha. Pães de forno, pão de panela, “mãe-benta”, biscoitos, “calça-virada”, coscorões, fatias-do-céu, merengues, broas, pudim de laranja, ambrosia de laranja, “manjar celeste”, pudim de pão, “ovos moles”, “fios-de-ovo”, arroz-de-leite, “bom-bocado”, mandolate, balas de leite, de mel, tortas (doces), pé-de-moleque, “farinha de cachorro” (farinha de mandioca com açúcar). Bebidas: gemada com vinho, licor de vinho, licores com furtas, vinho de laranja.
 
Campanha – Carnes (gado, ovino) grelhada, no espeto, no forno. Arroz “carreteiro”, espinhaço de ovelha ensopado, pasteis, empadão, feijão, “cabo-de-relho” (sobras). Pães caseiros (ao forno), pão “catreiro” ou “de pedra” (aquecidos sobre pedra ou chapa quente), roscas de milho, “farinha de cachorro”, ambrosia de pão, doces de “panela” (marmelada, e em calda). Bebidas: chimarrão.
 
Serrana – Carne assada e frita, mocotó, feijoada (de feijão preto e branco), charque com mandioca, paçoca de pinhão com carne assada, couve refogada, couve com farinha, galinha assada, arroz com galinha e quirela de milho, batata-doce, moranga, milho cozido, cuscuz, farinha de biju com leite. Doce de gila, “jaraquatia”, sagu com vinho, arigones, arroz doce, doce de frutas (pêssego, figo, pêra), ambrosia, doce de leite, “chico balanceado” (doce de aipim), doce de batata doce. Bebidas: “Camargo” (café com apojo), quentão de vinho, café com graspa. 
                  
Missioneira - Carnes (vacum, ovino) assada no forno, no espeto, grelhada, frita na panela, sopa de lentilhas, sopa de cevadinha, feijoada, “puchero”, “gringa” (moranga) caramelada, pirão de farinha de milho, canja, couve com farofa, matambre com leite, fervido de espinhaço de ovelha com aipim. Canjica, guizado de milho, pasteis, empadão, revirado de galinha, revirado de sobras, lingüiça frita, paçoca de charque, galinha assada. Pão de forno, pão de borralho, bolo frito, biscoitos, pão-de-ló, geléia de mocotó, doce de jaraquatia, pêssego com arroz, arigones, tachadas (marmelo, pêssego, pêra), doce de laranja azeda cristalizada, doce de leite, rapadura de leite, gemada com leite, bolos. Bebidas: chimarrão, mate doce, mate com leite.
Colônia alemã – Carne de porco (assada e frita), wurst (lingüiça), chucrut (conserva de repolho), nudeln (massa), kles (bolinhos de farinha de trigo com batata cozida), conserva de rabanete, galinha assada, sopa com legumes e ovos, kas-schimier (ricota), kuchen (cuca), leb-kuchen (cuca de mel), mehldoss (doces de farinha de trigo), schimier (pasta de frutas), syrup (frutos cozidos com melado), weihmachts (bolachinhas), bolinhos de batata ralada, pão de milho, de centeio, de trigo, tortas doces. Café colonial (salgadinhos, salames, queijos, bolos). Bebidas: Das bier - cerveja, chop. Spritzbier (gengibirra). Assimilaram o chimarrão.
 
Colônia Italiana – Brodo (caldo de carne), carne Lessa (carne cozida n´agua), capeleti (massa com recheio de carne picada) o mesmo que Agnolini, menestra ou aminestra (sopa, canja), galeto a menarôsto ( frango no espeto), ravióli (massa com recheio), tortei (pastel cozido recheado com moranga ou abóbora), macarôn (massa), spagueti (massa cortada), fidelini (massa fina), polenta (angu de farinha de milho), risoto (arroz com galinha e queijo ralado), pizza (massa de pão com molho e queijo), pera cruz (bolo fervido em calda de frutas), pães de trigo e milho, panetone (pão com frutas cristalizadas), salames, queijos. Bebidas: vinho, graspa.

ORAÇÃO DO CAVALO

 
                                                            MEU DONO
 
 
Dá-me, freqüentemente, de comer e beber,                  
e, quando tenhas terminado de trabalhar-me,
dá-me uma cama na qual eu possa descansar comodamente
 
Examina todos os dias os meus pés e
limpa minha pele
.

Fala-me;
tua voz é sempre mais eficaz e
mais conveniente para mim,
que o chicote, que as rédeas e que as esporas;
 
Acaricia-me freqüentemente,
para que eu possa compreender-te, querer-te
e servir-te da melhor maneira e
de acordo com os teus desejos;

 Não me batas violentamente e
 nem dê golpes violentos nas rédeas, pois,
se não obedeço como queres,
é porque ou não te compreendo ou
porque estou mal encilhado,
com o freio mal colocado,
com alguma coisa em meus pés ou
no meu ombro que causam dor;

Se eu me assustar, não deves bater-me

sem saberes a causa disso,
pois bem pode ser o defeito de minha vista ou
um proverbial aviso para ti;


Não me obrigues a andar muito depressa em
subidas, descidas,
  estradas empedradas ou escorregadias;

Não permaneças montado sem necessidade,
pois prefiro marchar,
do que ficar parado com
uma sobrecarga sobre o dorso;

Quando cair, tenha paciência comigo e

ajuda-me a levatar,pois faço quanto posso para não cair e
 não causar-te desgosto algum;

Se tropeçar, não deves por a culpa

para cima de mim,
aumentando minha dor e
a impressão de perigo com tuas chicotadas;
Isso só servirá para aumentar meu
medo e minha má vontade;

Enfim, meu dono,

quando a velhice chegar
e me tornar inútil,
não esqueças os serviços que te prestei,
obrigando-me a morrer de dor
e privações sobe o julgo de um dono cruel
ou nos varais de uma carroça;
Se não puderes manter-me,
ou mandar-me para o campo,
mata-me com tuas próprias mãos,
sem me fazeres sofrer;

Eis tudo o que eu te peço,

em nome daquele
que quis nascer numa baia,
minha morada
e não num palácio,
tua casa.

ENCILHAS

 

                                         Encilhas
 



 
 
O Gaúcho gosta de encilhar seu cavalo com todos os preparos que tenha em mãos, as encilhas dos animais serão compostas das peças  que seguem:
 
XERGÃO ou BAIXEIRO: de lã natural
 
CARONA: de sola, de couro cru ou lona em ambos os lados. A carona pode ser forrada em couro ou feltro.

 
PELEGO ou “COCHONILHO”: branco, preto marrom, sempre natural, ou seja, sem tingimento.

BADANA: de uso opcional. Quando usada sempre em couro.

 
 TRAVESSÃO e LÁTEGOS: de couro cru ou sola.
 BARRIGUEIRA do TRAVESSÃO: de algodão (sem tingimento), crina ou couro torcido, com as tramas em algodão ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas
.
 
 
SOBRE-CHINCHA e LÁTEGOS: de couro cru ou sola.
BARRIGUEIRA da SOBRE-CHINCHA: de algodão, seda (sem tingimento), crina ou couro torcido, com as tramas em seda ou couro. Podendo ter algum detalhe colorido nas tramas junto as argolas.
 
 
ARREIOS: bastos, lombilhos, serigotes-cela ou serigote, com as basteiras de couro ou feltro.
LOROS: de couro cru ou sola, não podendo ter nenhum tipo de reforço que não seja destes dois materiais.

 
ESTRIBOS: de ferro, inoxidável, latão, bronze, prata, alpaca, osso ou chifre, podendo ser retovados de couro.

    
 
 
LAÇO: de couro cru, não podendo ser emborrachado ou ainda revestido com fitas plásticas, podendo ser pintado, nas cores preta ou marrom, desde que se visualize a trança.

 
MANGO; de couro cru. Com adornos em prata, metal ou chifre, com cabo de madeira, revestido de couro ou não, trançado (rabo de tatu), com ou sem argola e com tala de, no mínimo 5cm de largura por 30cm de comprimento, deverá ser usado sempre no pulso.
 

JOGO DE CORDAS
CORDAS DE CABEÇA: deverão ser de couro.

RÉDEAS: deverão ser de couro, lã, crina ou algodão, sem nenhum tipo de reforço interno que não seja destes materiais, nas cores, branca, preta ou marrom (cores naturais da lã), as de algodão, deverão ser na cor natural (sem tingimento).'

 
 

O BUÇAL c/ CABRESTO, PEITEIRA e RABICHO: são de uso opcional, porém quando usados deverão respeitar as características das cordas mencionadas acima.

 
 

CANCHA RETA OU PENCA


                   Carreira de Cancha Reta ou Penca

A cancha reta é a modalidade de corrida de cavalos que está arraigada na tradição e na cultura dos gaúchos, existindo desdes promórdios da formação do nosso estado.
O que impressiona é que,se fizermos um levantamento, veremos que estas corridas de cancha reta ocorrem todo o final de semana (o costume é correr eliminatórias no domingo e a final na segunda), em vários pontos do estado, movimentando altas somas de dinheiro em apostas e, as vezes, concomitantemente, com leilões de potros.  Nestes casos, os leilões constumam render altas somas aos criadores. No último final de semana, por exemplo, tivemos um evento em Carazinho com duas pencas que totalizaram aproximadamente R$ 1.200.000,00 em apostas. O leilão de potros neste evento vendeu R$ 2.500.000,00.
O que impressiona ainda mais é a “clandestinidade” destes eventos, que se divulgam apenas em um grupo muito restrito, com pequena publicidade. Outra curiosidade é que, como tradição da nossa gente, existe uma clara diferença entre os amantes das corridas de cavalos. Ou se gosta de cancha reta ou de “prado”. Ou seja, se gosta de corridas “na curta” ou de corridas em maiores distâncias, em hipódromos oficias (acima de 1000m). A velha polaridade gaudéria. Grêmio ou Inter. Nós somos assim. Penca, é um termo regional que , em turfe, define a competição de corrida de cavalos em cancha reta, em geral com trilhos individuais para cada animal. Esta denominação foi trazida pelos povoadores ibéricos, estabelecendo-se no cone-sul da América, Particularmente onde viviam os gaúchos  . Em sua forma mais complexa, a prova desenrola-se em duas etapas, geralmente em dois dias seguidos, ou com intervalos de tempo maiores: no primeiro disputam-se as eliminatórias - também chamadas ternos, e no segundo, a final - também chamada desempate - entre os vencedores do dia anterior. As distâncias do percurso são curtas, em geral abaixo de 700 metros. É a modalidade de corrida de cavalos mais popular no interior do Brasil.
As corridas podem estar vinculadas a entidades turfísticas oficiais ou não. Os animais que competem, dependendo da entidade que organiza podem ser 

Quarto de Milha ou mestiços, inclusive de Crioulos. As apostas costumam ser feitas pela modalidade de remate (onde é leiloado o direito de apostar em determinado animal).
Há Pencas organizadas pelo Jockey Club do Rio Grande do Sul: Grande Prêmio Turfe Gaúcho. Há Pencas de promoção do município : Penca fechada de Carazinho, Penca de Arroio Grande. Outras pencas evocam o nome das commodities da região, e são programadas para a época da venda do produto : Penca da Soja; Penca do Boi; Penca do Arroz, em que o valor do prêmio tem relação com a cotação do produto.
A carreira foi o esporte e o jogo de preferência do homem do pampa. Fazia parte tanto de negócios que envolviam grandes somas de dinheiro como das brincadeiras telúricas.
Os ginetes, em pleno campo, se desafiavam. Muitas vezes, no retorno das campeiradas, tiravam cismas de quem possuía o cavalo mais rápido. Todavia, no geral, "atavam" carreiras para datas específicas, geralmente aos domingos.
Nos primeiros tempos, as carreiras eram disputadas com os cavalos de trabalho, os CRIOULOS.
Esses eqüinos, de origem ibérica possuíam grande predominância de sangue árabe. Com o passar dos séculos, foram apurados e terminaram se definindo como raça específica do Cone Sul e muito valorizada nas atividades de pastoreio. 
Os carreiristas sempre preferiam a "cancha reta", de metragem não muito longa. O percurso podia ser de 260 a 400 metros. Com o hábito das carreiras e invariavelmente com o volume de dinheiro envolvido no jogo, a atividade também se transformou em negócio. A paixão de muitos homens pelas carreiras provocou a perda de grandes fortunas: rebanhos e até estâncias. Conta-se que os gaúchos chegavam a apostar as próprias mulheres. 
Participar com certa garantia de sucesso significava preparar apropriadamente os cavalos. Dessa forma, apareceram duas especialidades vinculadas às carreiras: a do compositor e a do jóquei.

Carreiras!...Meninos e moços velhos,
Não perdem tal festa, não perdem carreiras!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

VIVA A DEMOCRACIA, É O MEU BRADO



                                     " Verás que um filho teu não foge a luta’





Os últimos dias têm sido marcados por manifestações em todo País. Sou a favor de todas elas. Primeiro por que já estava na hora do povo mostrar seu “brado retumbante” e com braço forte defender a honra da Pátria Amada.
Estão acontecendo as maiores manifestações em 20 anos em todo País! A imagem do cruzeiro não vem resplandecendo muito em nosso País faz muito tempo!

A lista de motivos das contestações se ampliou desde a semana passada, quando manifestantes em São Paulo deram início aos protestos contra o aumento da tarifa e a falta de qualidade do transporte público.

Além das despesas dos governos com o Mundial de 2014, consideradas excessivas, as contestações se voltam também contra a corrupção e exigem mais investimentos em saúde e educação, além de criticar a PEC 37, dispositivo legal que anula o poder de investigação do Ministério Público.

Mas, os protestos não param por aí. Cerca de 7,5 mil manifestantes fecharam a Praça Sete em Belo Horizonte durante um protesto criticando a Copa das Confederações e o valor das passagens do transporte coletivo.
O Gigante Acordou! O povo descobriu a força que tem.

Descobriu o real significado da democracia. Acordou para um país que vem priorizando esporte mais do que a vida humana, acordou e abriu os olhos ao ver que os mensaleiros, apesar de condenados, estão sentados rindo do povo que os elegeu, assim como uma postagem do facebook, onde Fernando Collor de Melo e muitos outros comemoram a memória curta do povo brasileiro por tê-los colocado novamente no poder.
As manifestações estão acontecendo em todo País. Viva a Democracia! É o meu brado!

Temos o poder de votar, de colocar quem queremos no poder e tirar quem prejudica o povo brasileiro. Em São Paulo, por causa do aumento do preço da passagem, milhares foram as ruas protestar, porque quando o Haddad foi se candidatar, a principal propostas dele era que as famílias poderiam andar mais de ônibus, porque as tarifas teriam um preço reduzido. E agora? O povo está demonstrando que não tem a memória tão curta assim.

 “O povo, unido, governa sem partido” é um dos gritos dos manifestantes em São Paulo. O povo decidiu reagir! E tem meu apoio! pagamos impostos, somos trabalhadores honestos e merecemos respeito!

Os manifestantes também deram o ar da graça em Brasília onde dão um abraço simbólico no Congresso Nacional.

Em Belém cerca de 15 mil pessoas participaram de uma manifestação para discutir os problemas enfrentados pela população na capital paraense, impulsionados pela onda de protestos contra o aumento da tarifa do transporte público em outras cidades do Brasil.

Já em Curitiba na terceira manifestação na cidade nas últimas duas semanas, cerca de 10 mil pessoas compareceram ao ato. Num manifesto impresso, a Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, que congrega várias organizações e coletivos, disse que eles lutavam contra a tarifa injusta e a violência da polícia, e reivindicavam o congelamento da tarifa em R$ 2,60.

Em Recife – Integrantes de movimentos estudantis saíram em passeata, no bairro central da Boa Vista. Eles ganharam as ruas depois de terem se reunido na sede do Diretório Central dos Estudantes (DCE), na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), para definir horário e local da manifestação a ser realizada amanhã, quinta-feira.
As manifestações desde que pacíficas, são legais e uma forma de exercer a Democracia, alertando para o fato de as novas eleições já estão bem próximas e o país se tornou um grande campo universitário. O ingresso nas faculdades de grande parte da população alertou muitos para a conscientização do voto!

Em São Paulo, onde tudo começou, cobradores, motoristas de ônibus e taxistas fizeram “buzinasso” em apoio à causa. “Não se trata mais de vinte centavos”, afirmou o aposentado Orlando Lousan, de 57 anos. “É como um desabafo de todo mundo.”

Em Brasília, símbolo da política nacional, milhares de manifestantes marcharam desde o Museu Nacional até a Praça dos Três Poderes.
Querem o fim da corrupção, criticam os gastos bilionários com a construção de estádios para a Copa do Mundo, pedem menos violência e mais paz social, declaram-se contra a PEC 37, reivindicam melhoria da qualidade e tarifas mais baixas no transporte público. Enfim, querem saúde, educação e segurança. E apelam por mudanças na vida pública.

As cenas mostradas no centro do Rio foram surpreendentes. Uma massa humana impressionante. A longa passeata em São Paulo foi outro fato histórico. A lamentar os vândalos que se valem destas manifestações legítimas para destruir o patrimônio público.
As manifestações em cidades como Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Porto Alegre chamaram a atenção do mundo e estão estampadas nos principais sites internacionais de notícias.

 O espanhol El País destaca na manchete que o "descontentamento no Brasil provocou o protesto mais expressivo em décadas".
O Clarín, da Argentina, salienta que as manifestações também têm como causa os altos gastos com a organização de eventos esportivos, além da cobrança por melhorias na educação e na saúde.

No site do jornal francês Le Monde, a manchete traz a foto da manifestação no Rio de Janeiro.
Já a britânica BBC ressalta as manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília,Porto Alegre, mas não deixa de citar que pelo menos dez cidades brasileiras foram tomadas pelos protestos.

Chegou ao ponto de um Estado da Federação ter pessoas internadas e deitadas no chão de um hospital, enquanto se construía ali, um dos estádios mais modernos do mundo! Isso é um absurdo, um descaso! Como diz uma publicação no Face: Os estádios mais modernos do mundo nós temos, agora basta construir um país ao redor deles!

Sou a favor do manifesto. Não há vínculo político, há um grito de um povo que resolveu dizer: BASTA!

E finalmente o Brasil mudou seu status de “deitado eternamente em berço esplendido”, para “verás que um filho teu não foge à luta”.



quinta-feira, 6 de junho de 2013

TIPOS DE CHIMARRÃO

 



Andando por este Rio Grande  vamos conhecendo tipos e costumes do Gaúcho em cultivar a tradição. Varias maneiras de cevar um mate e com seus nomes próprio.
 
Chimarrão Invertido
 
 
Ingrediente
- Cuia
- Bomba
- Erva-Mate
- Água-quente (70ºC)
 
                                                                    Modo de Preparo
 
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque a bomba dentro da cuia e posicione.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente.
6. Do lado oposto da bomba, puxe a erva em direção ao centro criando um espaço.
7. Umedeça essa abertura e empurre para dentro até alcançar a água no fundo da cuia.
8. Ajeite a erva-mate e está pronto o chimarrão Invertido!

** Para o embelezamento do mate, depois de pronto pode-se utilizar erva-mate peneirada para acabamento.
 
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                                                                 Chimarrão Tapado
 
                                                                      Ingrediente:
- Cuia
- Bomba
- Erva-Mate
- Água-quente (70ºC)
 
                                                               Modo de Preparo:
 
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque a bomba dentro da cuia e posicione.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente.
6. Faça um movimento circular com a bomba e umedeça estruturando a abertura para servir o mate.
7. Esta pronto o mate tapado.

** Para o embelezamento do mate, depois de pronto pode-se utilizar erva-mate peneirada para acabamento!
 
 
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                                                             Chimarrão dos Namorados
                                
                                                                       Ingrediente:
- Cuia
- Bomba
- Erva-Mate
- Água-quente (70ºC)
 
                                                                      Modo de Preparo:
 
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque as duas bombas dentro da cuia e posicione uma de frente para a outra.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente.
6. No centro da cuia, entre as duas bombas, faça uma marca na erva-mate com aproximadamente 1 cm de largura x 1 cm de profundidade.
7. Umedeça essa abertura com algumas gotas de água e empurre para dentro até alcançar a água no fundo da cuia.
8. Feita a abertura para servir o mate, está pronto o chimarrão para ser partilhado entre os namorados.

** Depois de pronto, para embelezar o chimarrão, pode-se utilizar erva-mate peneirada no acabamento.
 
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                                                                     Chimarrão  Apaixonado
 
 
                                                                   
 
 
                                                                                   Ingrediente:
- Cuia
- Bomba
- Erva-Mate
- Água-quente (70ºC)
 
                                                                                Modo de Preparo:
 
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque a bomba dentro da cuia e posicione.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente até emparelhar com as bordas da cuia.
6. Cubra com o pó de erva-mate peneirada e alise a parte superior do mate.
7. Com auxilio de uma espátula desenhe um coração na superfície do mate.
8. Coloque o pó da erva-mate peneirada dentro do desenho e vá modelando o coração com a espátula até deixá-lo em relevo como o modelo da foto.
8. Ao lado da bomba, faça uma marca na erva-mate com aproximadamente 1 cm de largura x 1 cm de profundidade.
10. Umedeça essa abertura com algumas gotas de água e empurre para dentro até alcançar a água no fundo da cuia.
11. Peneire um pouco de pó de erva-mate ao redor do coração e está pronto um mate louco de apaixonado!
 
 
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                                                                         Mate do Prego
 
 
 
Ingediente:
- Cuia
- Bomba
- Erva-Mate
- Água-quente (70ºC)
 
 
Modo de Preparo:
 
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque a bomba dentro da cuia e posicione.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente.
6. Próximo à borda da cuia, do lado oposto da bomba, faça uma marca na erva-mate com aproximadamente 1 cm de largura x 1 cm de profundidade.
7. Umedeça essa abertura com algumas gotas de água e empurre para dentro até alcançar a água no fundo da cuia.
8. Coloque um prego (grande) como decoração. Quando alguém perguntar "Pra que o prego?? - Responda: "Mexa no prego, mas não mexa na bomba!!" Está pronto o "mate do prego"!

** Depois de pronto, para embelezar o chimarrão, pode-se utilizar erva-mate peneirada no acabamento.
 
 
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                                                                 Chimarrão Formigueiro
 
 
                                                            
                   
                                                                         Ingrediente:
- Cuia
- Bomba
- Erva-Mate
- Água-quente (70ºC)
 
                                                                      Modo de Preparo:
 
1. Coloque uma colher de erva-mate no fundo da cuia (para dar sabor).
2. Adicione água quente (na temperatura de tomar +/- 70ºC) até o pescoço da cuia.
3. Coloque a bomba dentro da cuia e posicione.
4. Cubra toda a abertura da cuia com erva-mate.
5. Com auxílio de uma espátula ou colher afirme a erva-mate sobre a água pressionando suavemente.
6. No centro da cuia, faça uma marca na erva-mate com aproximadamente 1 cm de largura x 1 cm de profundidade.
7. Umedeça essa abertura com algumas gotas de água e empurre para dentro até alcançar a água no fundo da cuia.
8. Utilize um pouco mais de erva-mate para modelar o formigueiro no tamanho que desejar. Está pronto o chimarrão formigueiro!
 
 
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                                                                    Chimarrão do Achego
 
                                                              
 
           
                                                                                 Ingrediente:
Cuia de Tamanho médio
Bomba para Chimarrão
Erva-Mate de sua preferência
Água quente (70°C)
Colher ou espátula para acabamento
 
                                                                             Modo de Preparo:
 
Coloque aproximadamente 1 colher de sopa de erva-mate no fundo da cuia. Adicione a água quente (70°C) na quantidade deseja (até o pescoço da cuia). Coloque a bomba na posição e complete com erva-mate cobrindo toda a abertura da cuia. Pressione a erva-mate suavemente. Do lado direito da bomba, faça uma leve abertura em forma de furo com aproximadamente 1 cm de profundidade, umedeça a abertura com algumas gotas de água e depois empurre para dentro até alcançar a água no fundo do mate. Feita a abertura, está pronto o chimarrão. O nome Achêgo dá-se pela abertura da água ficar ao lado da bomba, simbolizando um casal apaixonado.
 
 
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quarta-feira, 5 de junho de 2013

A GRALHA AZUL


                                  Gralha Azul

 
 
Gralha azul é o nome dado a uma linda ave que motivou no Rio Grande do Sul,  a tradição de plantadores de pinheiros, enterrando as sementes com a ponta mais fina para cima e devorando a cabeça, que seria a parte apodrecida. Não deve ser abatida e é comumente respeitada pelo povo como ave protetora dos pinheirais. Conta a lenda que, uma certa gralha negra, dormia num galho de pinheiro e foi acordada pelo som dos golpes de um machado. Assustada, voou para as nuvens, para não presenciar a cena do extermínio do pinheiro. Lá no céu, ouviu uma voz pedindo para que ela retornasse para os pinheirais, pois assim ela seria vestida de azul celeste e passaria a plantar pinheiros. A gralha aceitou então a missão e foi totalmente coberta por penas azuis, exceto ao redor da cabeça, onde permaneceu o preto dos corvídeos. Retornou então aos pinheirais e passou a espalhar a semente da araucária, conforme o desejo divino. Esta lenda na verdade é um fato real. A Gralha-azul tem o hábito de enterrar pinhões. Após encontrar o local correto, ela pressiona-o a entrar, dando-lhe golpes com o bico, até a completa introdução. Não contente com isso, ainda coloca algum material das redondezas como folhas, pedras ou galhos em cima do local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito realizado.

LENDA DO JOÃO DE BARRO



                               João-de-barro

 
 
  Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.
  Segundo a lenda,  há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento.

O pai dela então perguntou:
- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?
- As provas do meu amor! - respondeu o jovem Jaebé.
O velho gostou da resposta, mas achou o jovem atrevido, então disse:
- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.
- Pois eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.
  Toda a tribo se admirou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova. Então, enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorava e implorava à deusa Lua que o mantivesse vivo. O tempo foi passando e certa manhã, a filha pediu ao pai:
- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.
  E o velho respondeu:
- Ele é arrogante, falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.
  Esperou então até a última hora do novo dia, então ordenou:
- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.
  Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seus olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e tinha cheiro de perfume de amêndoas. Todos se admiraram e ficaram mais admirados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
  E foi naquele exato  momento que os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceram para sempre.
  Podemos constatar a prova do grande amor que uniu esses dois jovens no cuidado com que o joão-de-barro constrói sua casa e protege os filhotes. Os homens admiram o pássaro joão-de-barro porque se lembram da força de Jaebé, uma força que nasceu do amor e foi maior que a morte.

DECÊNIO HERÓICO



                        Revolução Farroupilha





 
 
 
Revolução Farroupilha, também é chamada de Guerra dos Farrapos ou Decênio Heróico ( 1835 - 1845), eclodiu no Rio Grande do Sul e configurou-se, na mais longa revolta brasileira. Durou 10 anos e foi liderada pela classe dominante gaúcha, formada por fazendeiros de gado, que usou as camadas pobres da população como massa de apoio no processo de luta.

Causas

 
O Rio Grande do Sul foi palco das disputas entre portugueses e espanhóis desde o século XVII. Na idéia dos líderes locais, o fim dos conflitos deveria inspirar o governo central a incentivar o crescimento econômico do sul, como pagamento às gerações de famílias que se voltaram para a defesa do país desde há muito tempo. Mas não foi isso que ocorreu. 
A partir de 1821 o governo central passou a impor a cobrança de taxas pesadas sobre os produtos rio-grandenses, como charque, erva-mate, couros, sebo, graxa, etc. 
No início da década de 30, o governo aliou a cobrança de uma taxa extorsiva sobre o charque gaúcho a incentivos para a importação do importado do Prata. 
Ao mesmo tempo aumentou a taxa de importação do sal, insumo básico para a fabricação do produto. Além do mais, se as tropas que lutavam nas guerras eram gaúchas, seus comandantes vinham do centro do país. Tudo isso causou grande revolta na elite rio-grandense.

A revolta




Carga de cavalaria Farroupilha.
 
Em 20 de setembro de 1835, os rebeldes tomam Porto Alegre, obrigando o presidente da província, Fernandes Braga, a fugir para Rio Grande. Bento Gonçalves, que planejou o ataque, empossou no cargo o vice, Marciano Ribeiro. O governo imperial nomeou José de Araújo Ribeiro para o lugar de Fernandes Braga, mas este nome não agradou os farroupilhas (o principal objetivo da revolta era a nomeação de um presidente que defendesse os interesses rio-grandenses), e estes decidiram prorrogar o mandato de Marciano Ribeiro até 9 de dezembro. Araújo Ribeiro, então, decidiu partir para Rio Grande e tomou posse no Conselho Municipal da cidade portuária. Bento Manoel, um dos líderes do 20 de setembro, decidiu apoiá-lo e rompeu com os farroupilhas.
Bento Gonçalves então decidiu conciliar. Convidou Araújo Ribeiro a tomar posse em Porto Alegre, mas este recusou. Com a ajuda de Bento Manoel, Araújo conseguiu a adesão de outros líderes militares, como Osório. Em 3 de março de 36, o governo ordena a transferência das repartições para Rio Grande: é o sinal da ruptura. Em represália, os farroupilhas prendem em Pelotas o conceituado major Manuel Marques de Souza, levando-o para Porto Alegre e confinando-o no navio-prisão Presiganga, ancorado no Guaíba.

Os imperiais passaram a planejar a retomada de Porto Alegre, o que ocorreu em 15 de julho. O tenente Henrique Mosye, preso no 8º BC, em Porto Alegre, subornou a guarda e libertou 30 soldados. Este grupo tomou importantes pontos da cidade e libertou Marques de Souza e outros oficiais presos no Presiganga. Marciano Ribeiro foi preso e em seu lugar foi posto o marechal João de Deus Menna Barreto. Bento Gonçalves tentou reconquistar a cidade duas semanas depois, mas foi batido. Entre 1836 e 1840 Porto Alegre sofreu 1.283 dias de sítio, mas nunca mais os farrapos conseguiriam tomá-la.

Em 9 de setembro de 1836 os farrapos, comandados pelo General Netto, impuseram uma violenta derrota ao coronel João da Silva Tavares no Arroio Seival, próximo a Bagé. Empolgados pela grande vitória, os chefes farrapos no local decidiram, em virtude do impasse político em que o conflito havia chegado, pela proclamação da República Rio-Grandense. O movimento deixava de ter um caráter corretivo e passava ao nível separatista.