CAFÉ DE CHALEIRA OU CAMBONA:
TRADIÇÃO GAÚCHA DO RIO GRANDE!
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Café de Chaleira: cume tradicional
dos Gaúchos Campeiros d | |
Quatro gaúchos, desde a madrugada, troteavam estrada afora com um lote de cavalos por diante. Às nove horas acamparam junto a uma sanga, onde havia algumas árvores, para tomarem café e mudarem de cavalo.
Improvisaram uma forma contra um aramado e pegaram os cavalos para muda. Fizeram fogo e puseram as chicolateiras com água para esquentar. Depois, desencilharam os montados, tirando das malas de garupa o café, as bolachas e o açúcar. Naquele tempo o café era composto, isto é, com açúcar dava uma tintura preta com um forte e agradável cheiro. Em geral, os tropeiros costumavam dividir as obrigações do fogão entre si. A um tocava fazer café, outro era o assador de carne; a um terceiro cabia fazer e encher o mate, a outro, a responsabilidade de juntar lenha; desta maneira tornava-se fácil e até mesmo divertido o trabalho. O encarregado de fazer café naquela manhã, assim que ferveu uma das chicolateiras, a retirou do fogo e despejou dentro dela duas colheres de café em pó. Mexeu-o bem com a ponta da faca até dissolver todo; depois tornou a pôr a chicolateira no fogo. Quando levantou nova fervura, deixou que transbordasse um pouco do líquido pela beira da vasilha. Em seguida, retirou-a do fogo e meteu um tição aceso dentro do café, que provocou nova ebulição. Ali o manteve por segundos. Isso feito, com as costas da faca, deu algumas pancadinhas por fora, na chicolateira. Estava pronto o café. Quando não há tição, por exemplo, em fogo de gravetos, ou em zona que existe lenha e o fogo é feito com corunilha, isto é, esterco seco de gado, nestes casos, pondo água fria na fervura do café, ajuda a sentar a borra. Feito o café em chicolateiras ou cambonas, ficava à disposição dos tropeiros. Estes serviam-se despejando o café em seus canecos alouçados ou guampas onde botavam açúcar a seu contento. Depois de servidos, com uma bolacha na mão e o copo de café na outra, sentavam nos arreios ou nos pelegos dobrados, às vezes colocados em cima de uma caveira de vaca, já limpa pelo tempo, ou de alguma pedra, fazendo às vezes de banco. Alguns preferiam ficar acocorados nos "garrões", como é hábito entre nosso homem do campo, e, assim acomodados, tomavam tranqüilamente, o café da manhã. Finda esta ligeira refeição, lavavam os copos e guardavam na mala de garupa o açúcar, bolacha e o café em pó. A sobra do café nas cambonas era posto fora e as vasilhas bem lavadas na sanga. Estas mesmas chicolateiras ou cambonas serviam para, ao meio-dia, aquentar a água para o amargo, como também para preparar a salmoura para o assado. Levantando o acampamento, os tropeiros seguiam a trote chasqueiro, estrada afora, pitando um crioulo. Os gaúchos viajavam dias, fazendo 10 a 15 léguas diárias sem se aborrecerem. Nem se davam conta do tempo perdido nestas jornadas. Para eles a questão do tempo era indiferente; depois de um dia vinha outro; o importante, sim, era o serviço que estavam incumbidos de fazer. | |
" Andar pelo Rio Grande é descobrir em cada rincão que se chega, uma história peculiar, ora contada pelo vento minuano que varre campos, coxilhas e serras, ora contada em proza e verso no folclore de sua gente. Andar pelo Rio Grande é provar o sabor da comida típica feita no fogão a lenha e um churrasco gaúcho junto ao fogo de chão. Sentir o calor humano e hospitaleiro, e o frio do inverno aquecido na roda de chimarrão "
quarta-feira, 3 de julho de 2013
CAFÉ DE CHALEIRA
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