Certa feita, num domingo à tarde, sentado nas guardas da ponte do rio Santa Maria, que banha Dom Pedrito, o nosso amigo Carancho aguardava uma carona, que o levasse até a campanha.
Eis que surge a picape Willys da prefeitura municipal, levando um caixão para um defunto carente do interior.
O Carancho, então, pediu uma carona e foi atendido. Dali a pouco começou a cair um chuvarada daquelas. Sem se apertar, o Carancho velho entrou no caixão e, mais do que depressa, fechou a tampa, protegendo-se da chuva. Mais adiante, outras pessoas também pegaram carona. E, uma vez em cima da picape, como é próprio do pessoal da campanha, que acredita em assombração e outros bichos mais, todos passaram a olhar, desconfiados, para aquele caixão de defunto fechado. Vai daí que lá pelas tantas começou a esquentar no interior do caixão, e o Carancho velho, abrindo a tampa de sopetão, perguntou: - E daí, indiada? Como é que tá o tempo aí fora, chê? Barbaridade! Foi vivente saltando pra todo o lado e se boleando pelos barrancos da estrada. Dizem que teve gente que correu mais de dez léguas, e sem parar! |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário