Após 20 anos, movimento “O Sul é o Meu País” volta a se organizar:
De sua opinião ou comente este assunto.
Tratado com ironia e procurando livrar-se do estigma de ser “racista” em relação à população de outras regiões do Brasil, o movimento foi retomado no ano passado após a realização de uma pesquisa que teria indicado um grande apoio popular à causa separatista nas capitais do Sul.
O atual presidente do movimento, Celso Deucher, diz que o sonho dos “sulistas” seria a realização de um plebiscito para a criação do novo país, livre do “imperialismo centralizador“ e da “terrorismo tributário” da federação brasileira – nas palavras dele. Participaria da consulta toda a população do Sul do Brasil.
No caminho do movimento, porém, há uma cláusula pétrea da Constituição Federal que diz que a República brasileira é “formada pela união indissolúvel” dos estados e municípios – o que torna inconstitucional qualquer intenção de criar um novo país.
Assim, por prudência, os adeptos do movimento evitam falar em separatismo, preferindo a expressão “autonomia”. Como base legal da luta, explica Deucher, está o direito à liberdade de expressão e o princípio do Direito internacional da “autodeterminação dos povos”.
Ele ainda rebate a acusação de que o movimento é racista. “Isso sempre é usado para nos desacreditar. É uma besteira. O Sul do Brasil é uma das regiões mais múltiplas, com presença de várias etnias”, diz Deucher. Ele afirma estar concluindo um livro sobre a presença negra no Vale do Itajaí, em Santa Catarina – o que seria uma prova do caráter não racista da causa.
Criado no Rio Grande do Sul, o movimento se diz herdeiro de outros levantes separatistas sulinos – como a Revolução Farroupilha, no século 19. Segundo seu presidente, o movimento tem hoje representação em 800 municípios dos três estados e cerca de 30 mil filiados. O alto número de simpatizantes, no entanto, não se traduz em arrecadação financeira. Segundo Deucher, a organização sobrevive de doações dos 26 diretores e de mensalidades de R$ 15 pagas por cerca de cem membros.
" Pode ser um sonho; mas tem muita gente sonhando junto”,
Nenhum comentário:
Postar um comentário