sábado, 25 de maio de 2013

JAGUARÃO


                                                              INVASÃO DOS BLANCOS

Quando tomei conhecimento deste texto, fiquei curioso em saber mais, é sobre um confronto que eu sabia que havia acontecido, mas não sabia detalhes, nomes, nem como foi. A guerra que deu origem ao atual nome da antiga rua das Praças, a Av. 27 de Janeiro, que deu o título a cidade de Jaguarão de "Cidade Heróica",nunca soube de arquivo parecido, pouco falavam nas escolas, mas ai esta um tesouro de letras, um marco na história. boa leitura: 
 
                                         PONTE INTERNACIONAL  BARÃO DE MAUÁ


 



A invasão dos blancos

27 de Janeiro de 1865

Não há na vida espiritual de um povo, problema mais importante que o de sua história.
“Alcides Maia”

A América do sul, teve como colonizadores duas nações Espanha e Portugual.
Jaguarão situa-se na área de expansão Lusitana, ou seja , era território espanhol pelo tratado de Tordesilhas.
Jaguarão por sua posição geográfica, foi como sempre a lança e o escudo do Brasil, na contenta entre as duas nações que disputavam esse território.
27 de janeiro de 1865, foi das ocorrências que fez Jaguarão escrever com letras de ouro, mais uma página da história brasileira, cujo mérito muito se deve a coragem e a heroicidade de Manoel Pereira Vargas, homem que nasceu em Rio Grande em 16 de agosto de 1796 e faleceu em 12 de dezembro de 1865, quando da travessia do Rio Santa Maria, em marcha para unir-se as forças brasileiras no Paraguay, morreu afogado.

O governo imperial, interviu aliado ao Gal. Justo José Urquiza,.... odiosa ditadura do Gal. Rosas.
Nesta guerra o Gal. Osório (1852) escreve páginas brilhantes de heroísmo comandando o 2ª Regimento de cavalaria, formado de jaguarenses, escolhidos por lutarem a laço e boleadeiras( guerra à gaucha).
O governo imperial com sua política de intromissão nos negócios dos países visinhos não cessou em B. Aires sua febre intervencionista.
Em 1864, a título de proteger o Caudilho Venâncio Flores, que andava em armas contra o governo de seu país, o Uruguay, mandou que numerosos grupos comandados pelo Gal. Netto, invadissem o Uruguay.
A invasão e cerco de Paisandu por forças brasileiras, em apoio a Venâncio flores são pretextos para a invasão paraguaia em solo brasileiro, entrando em São Borja e cercando Uruguaiana, com o intuito de apoiar Anastácio Aguirre.
No Herval também chegou a ordem para organizar o 28ª Corpo da Guarda Nacional e marchar, tendo como comandante o Cel. Astogildo Pereira da Costa. Este nasceu no Cerro do Baú, Herval, no dia 4 de agosto de 1815.
Aos 12 anos teve seu batismo de sangue, defendendo seu pai contra um grupo de malfeitores, vindo a sucunbir seu pai e ele sai ferido. Aos 20 anos foi incorporado as forças Imperiais, e pela sua intrepidez, perspicácia e atividade participou nas guerras contra o Estado oriental e Paraguay, firmando sua reputação como militar distinto, destacando-se no ataque contra o forte de Curuzu e no Combate de Curupaiti. Resumindo para mostrar o valor deste hervalense, quando o Gal. Osório retirou-se do teatro de operações do Paraguay, para vir organizar o 3º corpo de de Exército, escolheu entre seus bravos companheiros o Cel. Astrogildo, para presenteá-lo com os objetos que o acompanharam nos mais titânicos combates. Fez-lhe presente do seu binóculo, da lança e de um cavalo gateado.

O chefe hervalense praticou na tomada de Paisandu atos de tal bravura que somente mereceram fé depois de relatos pôr seu biografo (Padre Maximiliano Chagas Carvalho). Antes da rendição de Paisandu ainda investiram contra Melo no Depto. De Cerro Largo, tomando-a de assalto, aí os vitoriosos tiveram como perda o irmão de Astrogildo, o tenente Justino Pereira da Costa.
O governo de Anastácio Aguirre (Blanco) em guerra civil iniciada em 1863, entre blancos e colorados, não teve dúvidas de fazer represálias contra o Brasil. Em janeiro passava o Rio Jaguarão, no Passo do Centurião, o Cel. Brasilio Munhoz a frente de 600 homens, mais tarde o Cel. Timóteo Aparício também passava o Rio Jaguarão, no Passo do Sarandi de Barcelos e boca do Tigre, a frente de mais de 1000 homens.
Dia 27 de janeiro apresentavam-se de manhã a cidade e aí travaram algumas escaramuças, sendo rechaçados pêlos improvisados e mal armados defensores, às 13 horas as forças de Munhoz e Timóteo Aparício contando com o todo 1600 homens intimaram a nossa cidade a rendição. O nosso comandante Cel. Manoel Pereira Vargas, depois de auscultar seu Estado Maior, respondeu que o invasor poderia continuar seu ataque, pois Jaguarão jamais se renderia. As 15 horas foi reiniciado o combate, chegando os invasores até a Rua Triunfo, atual Júlio de Castilhos ( este nome é relacionado com a Revolução Farroupilha, pois foi terminada dia 28 de fevereiro de 1845, com a assinatura da paz de Ponche Verde, em 1º de março de 1845). Encontrando resistência, dirigiram-se para a Rua das Praças, hoje 27 de janeiro, quando a luta ficou de fato mais acesa e cruenta, tendo surgido de todas as ruas convergentes os defensores que descarregaram suas armas numa descarga cerrada ferino mais invasores e fazendo com que a maioria desse de rédeas em seu cavalos, disparando vertiginosamente. Os que ainda ficaram tentaram um corpo a corpo, mais surgiram as canhoneiras Rio Apa e Cachoeira que contribuíram para o arrefecimento da luta, já a boca da noite. E o exército de vanguarda( como era chamado o invasor) fugindo foi saqueando todas as casas pôr onde passavam, levando o que podiam como troféu. Os invasores foram perseguidos pôr Vasco Pereira da Costa, que tenazmente os levou ao desespero, muito dos fugitivos foram mortos antes de cruzarem o passo do Sarandi.
Junto com o povo jaguarense, lutaram uruguaios colorados e gente do Herval que veio-se oferecer para a resistência, digno de nota é a participação do Cel. Balbino Francisco Souza, genro de Bonifácio Nunes, Vasco Pereira da Costa e Pedro Maria Amaro da Silveira, muitas baixas entre mortos e feridos, ambas a facções tiveram, sendo que até hoje sentida foi a morte do Major Anacleto Ferreira Porto.
Toda a população sem distinção de sexo ou raça foi o Herói desta jornada que fez com que Jaguarão ostentasse com orgulho e nobresa em seu brasão o título de CIDADE HERÓICA.
 
 

 
 

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