FRIO QUE ACONCHEGA
O vento geme nas quinchas, prenunciando tempo feio
A chuva chega ligeira, encharcando o varzedo
Indiada recolhe os pingos pro aconchego do galpão
São Pedro manda mais chuva, acompanhada de trovão.
Que tempo feio lá fora, atrapalhando a lida
Mas o campeiro se acostuma, pois se criou nesta vida
De agüentar chuva frio, pra se aquentar junto ao fogo
Bendito seja o inverno, moldando o sul ao seu gosto.
Geada branqueando os campos, mudando o próprio cenário
Gaúcho recorre ao poncho, que guardava no armário
Quem sabe seja esta sina de encarar estes rigores
Que tornou o gaúcho rude, mas macio com seus amores.
Quem sabe o patrão velho em seu profundo regalo
Reservou pra estes pagos, o calor do coração
Pois não tem frio meu irmão, que apague esta chama
Do calor que se irmana na cuia de mão em mão.
Inverno velho sagrado eu fico ate ansioso
Pois já estou acostumado, esperando novo agosto
Pro frio chegar pelo pagos, trazendo como regalo
Esperanças galponeiras, na cuia do mate amargo.
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