" Andar pelo Rio Grande é descobrir em cada rincão que se chega, uma história peculiar, ora contada pelo vento minuano que varre campos, coxilhas e serras, ora contada em proza e verso no folclore de sua gente. Andar pelo Rio Grande é provar o sabor da comida típica feita no fogão a lenha e um churrasco gaúcho junto ao fogo de chão. Sentir o calor humano e hospitaleiro, e o frio do inverno aquecido na roda de chimarrão "
segunda-feira, 29 de abril de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
BRASÕES
Brasões da República Riograndense
Comprovação material da manipulação do brasão original, para abrasileirar o Rio Grande como estado caramuru, afastando o Povo da República Rio-Grandense.
A esquerda na foto o brasão do RS de 2012 e a direita o brasão do RS em 1935, 100 anos depois do levante farrapo ainda era usado o original!
Enfim, a simbologia do brasão atual tem traços abrasileirados como o azul caramuru da aurela é um exemplo, no original é branco, também no original a lança regencial meia lua simbolo dos farrapos, as baionetas do brown bess inglês, os canions gaúchos, a erva mate, o gorro frígido da liberdade e a bastilha.É evidente a lavagem histórica, mental e cultural que estamos submetidos por entidades ditas gaúchas mas que praticam um baita desserviço ao povo gaúcho.
República Rio-grandense é nossa pátria e temos o direito de tê-la de volta, é nossa!
A esquerda na foto o brasão do RS de 2012 e a direita o brasão do RS em 1935, 100 anos depois do levante farrapo ainda era usado o original!
Enfim, a simbologia do brasão atual tem traços abrasileirados como o azul caramuru da aurela é um exemplo, no original é branco, também no original a lança regencial meia lua simbolo dos farrapos, as baionetas do brown bess inglês, os canions gaúchos, a erva mate, o gorro frígido da liberdade e a bastilha.É evidente a lavagem histórica, mental e cultural que estamos submetidos por entidades ditas gaúchas mas que praticam um baita desserviço ao povo gaúcho.
República Rio-grandense é nossa pátria e temos o direito de tê-la de volta, é nossa!
CAUSO DAS ESCRITURAS
ESCRITURAS DO GAÚCHO
Este texto anônimo, foi encontrado escrito a ponta de faca no balcão de um bolicho, hoje Tapera-RS, no Passo do Elesbão, “Quinto Distrito de Cacequi”:
O causo das Escrituras.
Pois não sei se já les contei o causo das Escrituras Sagradas.
Se não les contei, les conto agora. A história essa é meio comprida, mas vale a pena contá por causa dos revertério.
De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por tomá banho pelado numa sanga.
Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu.
De Adão e Eva acho que não é perciso contá os causo, porque todo mundo sabe que os dois foram corrido do Paraíso por tomá banho pelado numa sanga.
Naqueles tempo, esse mundaréu todo era um pasto só sem dono, onde não tinha nem dele nem meu.
O primeiro índio a botá cerca de arame foi um tal de Abel.
Mas nem chegou a estendê o primeiro fio porque levou um pontaço no peito do irmão dele, um tal de Caim, que tava meio desconforme com a divisão.
O Caim, entonces, ameaçado de processo feio, se bandeou pro Uruguay.
Deixou o filho dele, um tal de Noé, tomando conta da estância.
A estância essa ficava nas barranca de uma corredera e o Noé, uns ano despois, pegou uma enchente muito feia pela frente. Cosa munto séria. Caiu água uma barbaridade.
Caiu tanta água que tinha até índio pescando jundiá em cima de cerro.
O Noé entonces botou as criação em cima de uma balsa e se largou nas correnteza, o índio velho.
A enchente era tão braba que quando o Noé se deu conta a balsa tava atolado num banhado chamado Dilúvio.
Foi aí que um tal de Moisés varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atoleiro.
Foi aí que um tal de Moisés varou aquela água toda com vinte junta de boi e tirou a balsa do atoleiro.
Bueno, aí com aquele desporpósito, as família ficaram amiga.
A filha mais velha do Noé se casou-se com o filho mais novo do Moisés e os dois foram morá numa estância muito linda, chamada estância da Babilônica.
Bueno, tavam as família ali, tomando mate no galpão, quando se chegou um correntino chamado Golias, com mais uns trinta castelhano do lado dele.
Abriram a cordeona e quiseram obrigá as prenda a dança uma milonga.
Foi quando os velho, que eram de muito respeito, se queimaram e deu-se o entrevero. Peleia braba, seu. O correntino Golias, na voz de vamos, já se foi e degolou de um talho só o Noé e o velho Moisés.
E já tava largando planchaço em cima do mulherio quando um piazito carretero, de seus dez ano e pico, chamado Davi, largou um bodocaço no meio da testa do infeliz que não teve nem graça. Foi me acudam e tou morto.
Aí a indiada toda se animou e degolaram os castelhano.
Dois que tinham desrespeitado as prenda foram degolado com o lado cego do facão. Foi uma sanguera danada. Tanto que até hoje aquele capão é chamado de Mar Vermelho.
Mas entonces foi nomeado delegado um tal de major Salomão. Homem de cabelo nas venta, o major Salomão.
Nem les conto! Um dia o índio tava sesteando quando duas velha se bateram em cima dum guri de seus seis ano que tava vendendo pastel. O major Salomão, muito chegado ao piazito, passou a mão no facão e de um taio só cortou as velha em dois. Esse é o muito falado causo do Perjuízo de Salomão que contam por aí.
Mas, por essas estimativas, o major Salomão, o que tinha de brabo tinha de mulherengo.
Eta índio bueno, seu. Onde boleava a perna, já deixava filho feito. E como vivia boleando a perna, teve filho que Deus nos livre.
E tudo com a cara dele, que era pra não havê discordância. Só que quando Deus nosso Senhor quer, até égua véia nega estribo.
Logo a filha das predileção do major Salomão, a tal de Maria Madalena, fugiu da estância e foi sê china de bolicho.
Uma vergonhera pra família. Mas ela puxou a mãe, que era uma paraguaia meio gaudéria que nunca tomo jeito na vida..
O pobre do major Salomão se matou-se de sentimento, com uma pistola Eclesiaste de dois cano.
Mas, vejam como é a vida. Pois essa mesma Maria Madalena se casou-se três ano despois com um tal de coronel Ponciano Pilatos.
Foi ele que tirou ela da vida. Eu conheço uns três caso do mesmo feitio e nem um deles deu certo.
Como dizia muito bem o finado meu pai, mulher quando toma mate em muita bomba, nunca mais se acostuma com uma só. Mas nesses contraproducente, até que houve uma contrapartida.
O coronel Ponciano Pilatos e a Maria Madalena tiveram doze filho, os tal de aposto, que são muito conhecido pelas caridade que fizeram. Foi até na casa deles que Jesus Cristo churrasqueou com a cunhada de Maria Madalena, que despois foi santa muito afamada. A tal de Santa Ceia.
Pois era uns tempo muito mal definido. Andava uma seca braba pelos campo.
São José e a Virge Maria tinham perdido todo o gado e só tavam com uma mula branca no potrero, chamada Samaritana. Um rico animal, criado em casa, que só faltava falá. Pois tiveram que se desfazê da pobre.
E como as desgraça quando vem, já vem de braço dado, foi bem aí que estouraram as revolução.
Os maragato, chefiado por um tal de coronel Jordão, acamparam na entrada da Vila.
Só não entraram porque tava lá um destacamento comandado pelo tenente Lazo, aquele mesmo que por duas vez foi dado por morto.
Mas aí um cabo dos provisório, um tal de cabo Judas, se passou-se pros maragato e já se veio uns tal de Romano, que tavam numas várzeas, e ocuparam a Vila.
Nosso Senhor foi preso pra ser degolado por um preto muito forte e muito feio chamado Calvário. Pois vejam como é a vida. Esse mesmo preto Calvário, degolador muito mal afamado, era filho da velha Palestina, que tinha sido cozinheira da Virge Maria.
Degolador é como cobra, desde pequeno já nasce ingrato.
Mas entonces botaram Nosso Senhor na cadeia, junto com dois abigeatário, um tal de João Batista e o primo dele, Heródio dos Reis.
Os dois tinham peleado por causo de uma baiana chamada Salomé e no entrevero balearam dois padre, monsenhor Caifás e o cônego Atanásio.
Mas aí veio uma força da Brigada, comandada pelo coronel Jesus Além, que era meio parente do homem por parte de mãe e com ele veio mais três corpo de provisório e se pegaram com os maragatos. Foi a peleia mais feia que se tem conhecimento. Foi quarenta dia e quarenta noite de bala e bala.
Morreu três santo na luta: São Lucas, São João e São Marco. São Mateus ficou três mês morre não morre, mas teve umas atenuante a favor e salvou-se o índio.
Nosso Senhor pegou três balaço, um em cada mão e um que varou os pé de lado a lado. Ainda levou mais um pontaço do mais velho dos Romanos, o César Romano, na altura das costela.
Ferimento muito feio que Nosso Senhor curou tomando vinagre na sexta-feira da paixão.
Mas aí, Nosso Senhor se desiludiu-se dos home, subiu na Cruz, disse adeus pros amigo e se mandou-se de volta pro céu. Mas deixou os dez mandamentos, que são cinco e que se pode muito bem acolherá em dois:
Não se mata home pelas costa,
Nem se cobiça mulher dos outro pela frente.
IDENTIDADE
COMO SE DESCONSTRÓI UM IDENTIDADE E COMO SE LUTA POR ELA.
O gaúcho rio-grandense tem assistido sua identidade ser continuamente desconstruída ao longo das décadas e sendo substituída despacito pela brasileira, advinda de outra cultura – alienígena por assim dizer, como qualquer cultura que seja diferente de outra, ainda que vivam sob mesma jurisdição.
Tudo começou pelos ataques sistemáticos à valentia e bravura tão característicos do gaúcho, principalmente midiáticos, de modo que passasse a ser reconhecido nacionalmente como o oposto. Isso foi tão fixado que terminou por virar um “estereótipo” no Brasil. Assim como baiano seria “preguiçoso” e carioca seria “malandro”, mineiro seria “quietinho”, gaúcho seria, então, “viado” - jeito chulo e vulgar para representar covardia. (1)
Outro ataque nacionalmente conhecido é o de tratar o gaúcho como “arrogante”, “prepotente”, “petulante”, “racista”, “nazista” e “preconceituoso”. O famoso bordão “os gaúchos se acham os melhores” sempre aparece quando um gaúcho expressa o seu patriotismo pelo Estado, seu orgulho por sua história e seu amor por sua terra e suas tradições. Como o brasileiro, na sua generalidade, não tem isso pelo Brasil, acaba por tentar fulminar – seja por inveja, seja por raiva ou preconceito – o que o gaúcho possui. Interessante destacar que normalmente pessoas de outros Estados e outras culturas tem o mesmo sentimento por seus Estados e seu povo, tanto é que fazem questão de ressaltar quando vão conversar com um gaúcho, apenas não aceitam que o gaúcho tenha o mesmo, incompreensivelmente.
Por último, mas não menos cruel, temos a centralização midiática de uma cultura sobre todas as outras existentes no Brasil, qual seja: a carioca. E isso é por causa da Rede Globo de televisão. Neste ponto não é necessário maiores explanações, basta ligar a TV para visualizarmos sotaque, imagens, notícias, destaques, entretenimento, cultura e tudo o mais “do” ou que “envolva o” Rio de Janeiro, em mais de 90% de toda sua programação. O restante só aparece se ocorre um grande desastre natural ou uma tragédia criminal, ou qualquer outra coisa que possa dar algum ibope.
Infelizmente, isso tem causado nos gaúchos rio-grandenses (2) um distanciamento de si mesmo que somente o prejudica. Estamos cada vez mais brasileiros e isso é muito ruim, pois o Estado que antes tinha o melhor desenvolvimento e qualidade de vida, educação e saúde e governantes e dirigentes que valorizavam “o bigode”, está dando lugar para um Estado com caos na saúde, sem educação, com baixos índices e corrupto. E o pior, estamos aprendendo o “jeitinho”, tão estúpido quanto a dar um tiro no próprio pé. Estamos virando massa de manobra e aquele povo varonil que outrora se indignava e lutava para ter algo melhor está passando a falar “não adianta nada”, “é tudo igual”, “é assim mesmo”, etc.
O gaúcho está preferindo beber, sorrir e pular carnaval ao invés de lutar; está preferindo aceitar do que lutar; está preferindo ser dirigido do que dirigir; está amansado, e isso é culpa da “brasilidade”, tão amansada quanto o gado que o gaúcho sempre dominou. (3)
Hoje, o Rio Grande do Sul assiste sua juventude reclamar de seu Estado, do frio que tanto nos identificava e nos orgulhava; está passando a achar o “ser” gaúcho como algo atrasado e alienador, naquele princípio do “o bom é o de fora”. O gaúcho rio-grandense está em um ponto em que lê um texto como esse e, se o termina, o considera algo burro, ignorante, ultrapassado e delirante.
O gaúcho rio-grandense está quase em extinção... só não está por completo porque algo há em seu interior que teima em resistir e em lutar. É por isso que temos assistido à tantas manifestações de orgulho da própria identidade e de luta – mesmo que simbólica – por manter o que de melhor temos, o que nos faz saber quem realmente somos.
O gaúcho tem que parar de sentir medo do que vão falar dele, de se importar com o que pensam os outros sobre suas paixões, seu amor e sua tradição. Não é o melhor Estado? E daí! É o NOSSO Estado, com nossos defeitos e nossas virtudes.
Seja vestindo uma bombacha, seja tomando um chimarrão em algum outro lugar, seja assando uma carne, seja falando de nosso jeito de jogar futebol e de encarar as coisas, o gaúcho tem conseguido lutar. E ainda há os que têm se organizado civilmente para defender esta identidade, regalo divino e natural dado aos homens e mulheres desta terra.
A identidade pode estar sob ataque intenso nas últimas décadas, mas existem e sempre existirão os guardiães de fronteira!
CAVALGADA INTERNACIONAL
Para a gauchada que andar pela fronteira,prestigiem este evento.
Eu como filho deste torrão gaúcho estarei por la revendo amigos.
CAMPEREADA EM SANT´ANA
Eu como filho deste torrão gaúcho estarei por la revendo amigos.
CAMPEREADA EM SANT´ANA
Gaúchos de outras querências
De cada pago vizinho
Que já conhecem o caminho
Vaqueanos de outras cruzadas
Quem venham pra campereada
Te esperamos na semana
Quem vem pra cá não se engana
Já sabe o rumo que toma
Verás o Cerro de Palomas
Cartão postal de Sant´ana
Que venham esses campeiros
Ginetes e peleadores
Os autênticos valores
Do nosso regionalismo
Amor de Pampa e civismo
No peito de cada cuéra
Pois Livramento te espera
Com mate,cordeona e tragao
Quem chega no nosso pago
Não bate palma em tapera.
CENTROS DE TRADIÇÕES GAÚCHAS- CTGs
CTG Brasil a fora.
Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) são sociedades civis sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o folclore da cultura gaúcha tal como foi codificada e registrada por folcloristas reconhecidos pelo movimento.
Diferenciam-se de Departamentos de Tradições Gaúchas, porque esses últimos geralmente estão ligados a alguma instituição.
Visam à integração social dos seus participantes, os tradicionalistas, ao resgate e à preservação dos costumes dos gaúchos, através da dança, do churrasco e de esportes. Existem muitos Centros de Tradições Gaúchas no Brasil, mas principalmente no estado do Rio Grande do Sul.
Os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) são sociedades civis sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o folclore da cultura gaúcha tal como foi codificada e registrada por folcloristas reconhecidos pelo movimento.
Diferenciam-se de Departamentos de Tradições Gaúchas, porque esses últimos geralmente estão ligados a alguma instituição.
Visam à integração social dos seus participantes, os tradicionalistas, ao resgate e à preservação dos costumes dos gaúchos, através da dança, do churrasco e de esportes. Existem muitos Centros de Tradições Gaúchas no Brasil, mas principalmente no estado do Rio Grande do Sul.
segunda-feira, 22 de abril de 2013
CHORIPAN
Choripan ou Pão com Linguiça
Tchê, mais comum que um choripan ou pão com linguiça é o churrasco para nós.
O choripan é uma maneira barata e pratica de juntar os amigos e familiares, "Choripan" é espanhol e quer dizer "chouriço con pan" ou linguiça no pão é simples e muy bueno. -
1 kg de linguiça - Tomate - Alface - Maionese, catchup e mostarda (para quem gosta) - Cacetinho (Pão francês, pão d'água) É só assar a linguiça ou fritar, cortar os ingredientes coloca tudo dentro do pão e enche o bucho. O tradicional é a linguiça assada com pão, somente isso. Um baita quebra costela!!!
CHARQUEADAS
Charqueadas e Xarqueada:
Surgimento e importância econômica
O gado foi a base da economia gaúcha durante um longo período da história do Rio Grande.Introduzido pelos jesuítas, atraiu os tropeiros que vinham de São Paulo e Minas para buscar gado e levá-lo para aquelas províncias. Serviu, também, de esteio para a fixação de habitantes, na medida em que permitiu uma atividade econômica para os estancieiros que aqui se fixaram.
Essa base seria ainda mais consolidada com o surgimento das charqueadas. Elas iriam produzir o charque, um produto que era a base da alimentação de escravos em todo o Brasil. E, com essa produção, trariam riqueza à região de Pelotas, que se tornou uma espécie de "capital cultural" do Estado.
As charqueadas começaram a surgir na região de Pelotas em torno de 1780. Anteriormente, o charque já era produzido no sul do continente, mas de maneira artesanal e em pequena escala. No entanto, uma série de secas sucessivas no Nordeste, onde estava concentrada a maior produção de charque do país, criou uma oportunidade para o produto gaúcho.
E o charque começou a ser produzido em maior escala.
Opulência
A partir desse momento, a produção de charque se tornou o centro da vida econômica da região de Pelotas. As charqueadas estavam situadas ao longo de rios que facilitavam o transporte para o porto de Rio Grande - de onde o charque seguia para o Rio e outros portos brasileiros. Com o dinheiro gerado por elas, Pelotas se transformou. Essa renda permitiu que surgisse um grupo de famílias ricas e que cultivavam hábitos sofisticados.
Em 1835, Wolfhang Harnish descrevia a cidade de Pelotas como um local de opulência extrema: "... já funcionam 35 charqueadas nos arredores da cidade... A riqueza que trazem é fantástica...
Esses milionários pelotenses bem que poderiam ter vivido no Rio ou em Nice ou ainda em Paris, poderiam ter concorrido com os fidalgos russos no luxo e na dissipação de Monte Carlo".
Miséria
A contraparte dessa opulência eram as próprias charqueadas, onde os enormes grupos de escravos eram submetidos a um trabalho exaustivo. E, como estavam reunidos em grupos muito grandes, os senhores adotavam a política de extrema intimidação para mantê-los obedientes. As charqueadas eram verdadeiros "estabelecimentos penitenciários", como bem as descreveu o francês Nicolau Dreyf, no livro "Notícia Descritiva da Provincia de São Pedro do Rio Grande do Sul".Parte desse tratamento brutal dado aos escravos se devia ao interesse econômico: quanto mais produzissem, mais seus donos lucravam. Outra parte, entretanto, vinha do medo: com uma enorme população escrava, Pelotas era, potencialmente, um foco de rebeliões. Por isso, ao menor sinal de revolta eram tomadas providências drásticas. Para que se tenha uma idéia do tamanho da população escrava de Pelotas: existiam ali, em 1833, 5.169 escravos, 3.555 homens livres e 1.136 libertos.
Não obstante a violência e os métodos relativamente primitivos usados pelas charqueadas da região de Pelotas, elas foram capazes de sobreviver e gerar lucros consideráveis até o final do escravismo. A partir de então, enfrentaram dificuldades cada vez maiores e terminaram por se extinguir.
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